Paradas de ônibus viram focos do mosquito Aedes aegypti no Grande Recife

O País está em guerra contra o Aedes aegypti. Para combater o mosquito, é necessário acabar com possíveis focos de água parada. Vários internautas do JC Trânsito e do aplicativo comuniQ encontraram focos do Aedes em lugares inesperados: as paradas de ônibus na Região Metropolitana do Recife. 

O funcionário público Francisco Vidal, 52 anos, estava descendo a plataforma da Avenida Dantas Barreto, no Centro do Recife, quando viu nas imediações do camelódromo um grande foco de mosquitos em cima do abrigo de ônibus. "Tinha muita água no local e não tinha como escorrer. Além disso, havia muito mosquito", relatou Francisco. 

Outro passageiro também relatou água parada em cima dos pontos de ônibus, no bairro do Engenho do Meio, na Zona Oeste do Recife. O serralheiro Nilson Lima, 37, estava passando pelo local quando viu mosquitos na parada que fica ao lado do quartel. "Em cima da parada estava com bastante lixo - copos, garrafas e sacolas - bloqueando a água de escorrer."  Nilson também disse que é comum comerciantes jogarem lixo das barraquinhas que se aglomeram perto das paradas em cima dos abrigos de ônibus.

O Grande Recife Consórcio é o responsável pela manutenção dos abrigos de ônibus, terminais integrado e mini-terminais. De acordo com a empresa, os pontos de ônibus recebem limpeza, pintura e manutenção da estrutura por períodos. Porém, as ações nesses locais são feitas por loteamento dos pontos de ônibus.

Caso algum passageiro identifique possíveis focos do mosquito Aedes aegypti, ou outra irregularidade, deve ligar para a Central de Atendimento ao Cliente pelo 0800.081.0158 e repassar a informação com o local, ponto de referência e número da parada. Uma equipe do Consórcio será acionada para verificar o fato. Atualmente a Região Metropolitana do Recife conta com aproximadamente 5.851 paradas.

XÔAEDES - O mosquito é transmissor da dengue, da febre chicungunha e do vírus zika. As doenças provocam dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Outros sintomas menos frequentes são inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômitos. A grande preocupação, no entanto, é a relação entre o Zika e a ocorrência de microcefalia.

A recomendação da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde é que a população, principalmente mulheres grávidas, usem calças compridas, sapatos fechados, mangas compridas e coloquem telas nas janelas, especialmente em locais com maior incidência do mosquito.

Para combater o mosquito, de 28 de novembro de 2015 até agora, foram vistoriados mais de 36 mil imóveis nos mutirões de final de semana. As ações aconteceram nos bairros da Cohab, Morro da Conceição, Espinheiro, Ibura, Nova Descoberta, Jordão, Dois Unidos, Linha do Tiro, Recife Antigo (Comunidade do Pilar), Jardim São Paulo, Várzea, Brasília Teimosa, Boa Viagem, Joana Bezerra, Bongi, Estância, Vasco da Gama, Macaxeira, Alto do Mandu, Monteiro, Joana Bezerra e Areias.