A informação que tem sido compartilhada nas redes sociais sobre a suspensão da meia passagem aos domingos, para quem pagar em dinheiro, é verídica. Mas, de acordo com o Grande Recife Consórcio de Transporte, ainda não há uma data definitiva para a mudança acontecer, ao contrário da informação que está circulando. Quando entrar em vigor, só terão direito à meia passagem aos domingos, aqueles usuários que utilizarem o Vale Eletrônico Metropolitano (VEM) comum.
"O Grande Recife Consórcio de Transporte informa que a data sobre o fim do desconto da meia tarifa aos domingos para o pagamento em dinheiro não está confirmada. O Consórcio informa ainda que no momento oportuno os usuários serão informados sobre a mudança", disse, em nota, o Grande Recife. A determinação está prevista na resolução nº 014/2016, do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), assinada no dia 23 de agosto de 2016. Na resolução, que entrou em vigor no dia 1º de setembro do ano passado, foi dado o prazo de 120 dias para os passageiros migrarem de dinheiro para o Vem comum. O assunto foi tratado em matéria publicada em setembro no blog De Olho no Trânsito.
A proposta foi apresentada pelo então vereador do Recife Luiz Eustáquio (PSB). "Nossa intenção era incluir os usuários do VEM comum, não excluir quem paga a passagem em dinheiro. Mas entendemos as razões do Conselho porque é necessário reduzir cada vez mais a circulação de dinheiro nos ônibus", afirmou o ex-vereador à época.
O desconto de 50% vinha sendo dado aos passageiros pagantes em dinheiro desde 2004. A nova medida é uma estratégia do governo para reduzir a circulação de dinheiro nos coletivos, na tentativa de diminuir a quantidade de assaltos. Além desta, outras iniciativas com o mesmo objetivo estão sendo testadas na Região Metropolitana do Recife (RMR), como é o caso dos ônibus da linha 901 - TI Abreu e Lima/TI Macaxeira, que começaram a operar sem cobradores, em julho do ano passado.
Nas redes sociais, os usuários de transporte coletivo expressaram descontentamento com a novidade. Um deles é o estudante Jameson Ramos, de 22 anos. Para ele, a mudança é "um absurdo". "Não concordo com isto. Para mim, é mais um resultado de todos os retrocessos sociais que estamos enfrentando", relatou, em entrevista ao JC Trânsito. Jameson declara que a solução para a insegurança nos coletivos seria o aumento da fiscalização. "Aumentar o número de viaturas circulando pelas ruas, só assim os assaltantes poderiam se sentir 'acuados' e pensariam duas vezes antes de assaltarem", comentou.