*Com informações do repórter Matheus Sampaio, da Rádio Jornal
Passageiros do metrô do Recife que tentarem comprar mais de um bilhete nesta quinta-feira (10), véspera do aumento de quase 90% no preço da passagem, não vão poder. Isso porque desde a última segunda-feira (7), quando foi anunciado que o bilhete ficaria mais caro, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) começou a limitar o número de passagens que podiam ser adquiridas.
Na segunda, eram quatro. Em seguida, o número baixou para apenas duas passagens. Na manhã desta quinta, os passageiros se surpreenderam com a limitação de apenas um. "Normalmente eles vendiam mais. Se você comprasse para a semana todinha, eles vendiam. Tinha até um passe que tinha dez, mas depois reduziram. Hoje, só está vendendo um", comenta o vendedor Darlisson Flecha, em entrevista à Rádio Jornal. Ao invés do bilhete normal, estão sendo vendidas passagens de papel.
Em entrevista à Rádio Jornal, o gerente de fiscalização do Procon-PE, Roberto Campos, explicou que a restrição da venda é prejudicial ao usuário e é vedada no Código de Defesa do Consumidor. "Estamos instaurando um procedimento investigativo. O metrô vai ser notificado a apresentar informações no prazo de dez dias. Após esse prazo, se decidir em manter a postura, vamos proceder ao julgamento do processo administrativo", relatou.
Sobre o caso, o metrô do Recife se pronunciou por meio de uma nota. Confira a íntegra:
"A CBTU Recife esclarece que são disponibilizados três tipos de bilhetes para os usuários. O bilhete unitário, o bilhete múltiplo e o bilhete de papel. O bilhete unitário se encontra esgotado no momento devido ao grande volume de vendas, uma vez que deve ser comprado e utilizado de modo imediato, sendo rapidamente retornado à Companhia, mas alguns passageiros estão comprando em grandes quantidades para uso posterior. O bilhete múltiplo pode ser carregado até o valor de R$100 e está disponível para vendas, assim como o bilhete de papel, que tem validade diária e se encontra disponível em todas as estações; sendo assim o Metrô possibilita o acesso a todos os seus usuários".
O aumento entra em vigor nesta sexta-feira (11). De R$ 1,60, a passagem sobe para R$ 3. O último reajuste aconteceu em 2012. Atualmente, a receita do metrô é de pouco mais de R$ 60 milhões anuais. Para manter o sistema em funcionamento, no entanto, são necessários R$ 104 milhões. Quando incluída a folha de pagamento, os custos sobem para a casa dos R$ 300 milhões. Sendo assim, o metrô depende de verbas repassadas pelo governo federal. Com o aumento da tarifa, a arrecadação sobe para R$ 110 milhões, que devem ser investidos em melhorias para o sistema.
O Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão confirmou nessa quarta-feira (9) a informação repassada na terça pelo deputado federal Betinho Gomes (PSDB-PE) de que o ministro da pasta, Esteves Colnago, se mostrou favorável à possibilidade de um reajuste de forma escalonada na tarifa do metrô. A decisão, no entanto, cabe ao Conselho de Administração da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).