Motoristas de aplicativos de transporte individual de passageiros do Recife aderem, na manhã desta quarta-feira (8), ao movimento mundial conhecido como "Uber Shut Down", que envolve a paralisação dos serviços dos condutores desde as 0h às 23h59 desta quarta. Na Capital Pernambucana, o protesto teve início às 7h em três pontos da cidade: no Aeroporto Internacional dos Guararapes, no bairro da Imbiribeira, na Zona Sul, e em frente às sedes das empresas Uber e 99. Além da paralisação, os condutores doarão sangue na Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope).
De acordo com o motorista Wanderson Santos, o ato acontece para pedir mais segurança e para reivindicar um aumento na porcentagem do que os condutores recebem da Uber. "A gente faz essa paralisação mundial para melhorar o aplicativo. Nós temos custo muito grande de combustíveis e de manutenção dos veículos. Vamos para a sede da Uber e da 99 para entregar a pauta para as empresas e vamos paralisar por 24h", comenta.
No Aeroporto dos Guararapes, cerca de 20 motoristas protestam em frente à entrada do local. Werig Silva, um dos manifestantes, alegou que o grupo luta contra a redução da tarifa mínima que, segundo ele, foi feita pelas empresas Uber e 99. "As tarifas estão defasadas, o combustível aumenta de 15 em 15 dias e, para complementar, a Uber e a 99 baixaram a tarifa mínima. A gente investe em carro novo para ter só prejuízo", argumenta o condutor.
Questionado pela reportagem, Werig afirma que a adesão ao movimento é boa, apesar de poucos motoristas estarem presentes na manifestação. "Essa hora aqui, 10h30, a fila virtual da Uber está em média de 60 carros. Hoje, não está passando de 20", explicou.
Apesar da paralisação, o serviço do Uber funciona na manhã desta quarta e alguns trechos sequer estão com cobrança de tarifa dinâmica. Os motoristas de aplicativo não realizam bloqueios de trânsito durante a manifestação. A movimentação em frente à sede da Uber, no bairro de Santo Amaro, na área Central do Recife, também está tranquila. Veja vídeo:
Por meio de Nota, a empresa 99, também citada pelos motoristas de aplicativo, alegou que a remuneração de seus "motoristas parceiros" é baseada em duas variáveis: o tempo e a distância percorrida, além da tarifa mínima. Além disso, a 99 afirmou que o compromisso da empresa é aumentar a renda dos condutores "por meio de um número de chamadas e da cobrança de taxas menores em comparação à concorrência".
A reportagem entrou em contato com a assessoria da Uber e aguarda o pronunciamento da empresa.
No Brasil, além de Pernambuco, participam também condutores de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Espírito Santa e Bahia. A greve é motivada pelo início das negociações da Uber na Bolsa de Valores, prevista para acontecer nesta sexta-feira (10). Os motoristas pedem reajuste de tarifas e melhores condições de atividade nas plataformas. Os manifestantes também reivindicam maior rigor no cadastro dos usuários e mais segurança nas plataformas.