'Não vai ter mais radar escondido', afirma ministro da Infraestrutura

Tarcísio de Freitas afirmou ainda que renegociação gerou redução de praticamente dois terços de seu valor
Estadão Conteúdo
Publicado em 15/07/2019 às 15:34
Tarcísio de Freitas afirmou ainda que renegociação gerou redução de praticamente dois terços de seu valor. Foto: Foto: Guga Matos/Acervo JC Imagem


O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, disse que a renegociação dos contratos para instalação de radares eletrônicos nas rodovias federais gerou uma redução de praticamente dois terços de seu valor. Segundo ele, o ministério fez um acordo na Justiça para manter mil radares em 2.200 trechos monitorados. A reportagem que revelou que a manutenção da instalação desses equipamentos foi publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo.

"Isso foi acordado, então estamos cumprindo a determinação do presidente Jair Bolsonaro e trazendo tecnicidade para colocação de equipamentos", disse. "Não tem polêmica nenhuma. O presidente quer facilitar vida do cidadão e está muito preocupado com a redução de custo. Ele nos passa essa diretriz diuturnamente", acrescentou.

O ministro disse que os radares que serão instalados são o "mínimo necessário" para manter a segurança nas rodovias. Segundo ele, os equipamentos serão instalados principalmente nos trechos em que há transição de área rural para urbana e nas proximidades de escolas. "Serão radares bem sinalizados, e o usuário não será surpreendido", disse. "Não vai ter mais radar escondido, radar que tem objetivo de prejudicar simplesmente o cidadão", acrescentou.

Os contratos, licitados em 2016, ainda no governo Michel Temer, previam a instalação de radares de velocidade em 4.204 pontos de estradas, ao custo de R$ 1 bilhão. No início do ano, Bolsonaro disse em sua conta no Twitter que havia mandado cancelar a instalação de 8 mil radares no País - entre novos radares e equipamentos a serem substituídos por outros. "Importante lembrar que herdamos contratos, que não fizemos", destacou o ministro.

Tarcísio disse que os contratos, que somam R$ 1 bilhão, não eram "razoáveis", já que o contrato para manutenção de toda a malha tem valor de R$ 2 bilhões. "Não é só radar que salva vidas, mas manutenção rodoviária, correção geométrica e sinalização", acrescentou.

Sobre o projeto de lei proposto por Bolsonaro para rever o Código de Trânsito Brasileiro, o ministro disse que cabe ao Congresso avaliar se a sociedade está pronta para as mudanças sugeridas.

Entre as propostas, está o fim da multa para motoristas que transportarem crianças sem cadeirinha, substituída por uma advertência, e o aumento do limite de 20 para 40 pontos para o motorista perder a carteira.

"Foi essa questão que foi colocada para sociedade. Estamos maduros para não termos mais pena pecuniária para cadeirinha? Será que, se tirássemos hoje a obrigatoriedade de cinto de segurança, alguém deixaria de usar?", questionou. "Eu não transportaria filho sem cadeirinha. A questão que se coloca é se sociedade está pronta para dar esse passo. Se for essa a percepção de momento, a percepção histórica, isso não vai passar no Congresso."

Segundo o ministro, como muitos motoristas estão chegando próximos do limite de 20 pontos, os Detrans não estão conseguindo processar a informação. Um dos problemas, segundo ele, é que dois terços das multas do código são graves ou gravíssimas e, portanto, têm alta pontuação. "Será que são (graves e gravíssimas), mesmo?", criticou.

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