Tem de tudo. Quer lavar o carro? Pode procurar o Sérgio ou o Juarez. Cada um montou um lava jato na área. Quer uma roupa nova? Procure então Eulália ou Amara. Elas se dedicam ao corte e costura. Quer almoçar? Aí vai ser difícil de escolher. Existem mais de 50 estabelecimentos na comunidade dedicados à alimentação. A Entrapulso cresceu tanto que se transformou num grande fornecedor de todos os tipos de comércio e serviços. Sem precisar sair de lá, virou autossustentável.
Caminhando pela principal via da comunidade, a Avenida Visconde de Jequitinhonha, é possível observar o movimento intenso, de domingo a domingo. “O melhor de tudo: não precisamos ter medo de violência. Aqui ninguém trabalha mais atrás de grades, de trancas. As pessoas se respeitam. Moro há 34 anos aqui e nunca fui assaltado”, diz o comerciante Ivanildo Tributino. O movimento de carros de luxo em frente a salões, por exemplo, é intenso, principalmente nas sextas-feiras. “Uma escova aqui é a metade do preço cobrado aí fora”, confessou a cliente de um dos salões da comunidade. São dezenas deles em todas as ruas.
Dona Lu da Pamonha chegou em 1975. Dois anos depois começou a trabalhar com comida de milho. “Forneço cerca de 400 pamonhas por dia. Fora outros pratos de milho”, confessou. “Consigo empregar 16 pessoas da família, não deixo ninguém trabalhar fora.É todo mundo aqui comigo”, falou. Além de vender em alguns pontos fixos de Boa Viagem, ainda consegue manter 5 carrinhos, pela praia. Outros cinco ela doou para amigos, que estavam desempregados.