A segunda-feira (1º) amanhece com motoristas e cobradores de ônibus em greve por tempo indeterminado. A decisão de cruzar os braços foi tomada na terça-feira passada, diante do impasse entre a categoria e os patrões. Para tentar amenizar o sofrimento de quem precisa do transporte público, o desembargador Pedro Paulo Nóbrega, vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), concedeu, na última sexta, uma liminar ordenando que o percentual de 80% da frota deve ser mantido nos horários de pico (5h30 às 9h e 17h às 20h). Fora desse horário, apenas 50% dos coletivos estarão circulando. A decisão foi tomada após reunião com o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado (Urbana), que pediu o aumento do número de ônibus em circulação durante o movimento. O Sindicato dos Rodoviários garante não ter sido notificado da decisão e alega que começará a greve somente com 30% da frota nas ruas.
Diógenes José de Souza, secretário do Sindicato dos Rodoviários, disse que ficou sabendo da liminar concedida aos patrões apenas pela mídia e estranhou a rápida decisão do TRT, na sexta-feira à noite. De acordo com o sindicalista, nos casos de demissão sem justa causa, o Tribunal costuma demorar meses, até anos, para atender pleito dos trabalhadores.
Na tentativa de amenizar os transtornos causados pela paralisação de motoristas, cobradores e fiscais de ônibus haverá esquema especial no Metrô do Recife. Na Linha Centro, o número de trens subirá de 14 para 16, das 6h às 8h30 e das 17h às 19h30. Também haverá acréscimo de duas composições na Linha Sul. Em vez de seis, serão oito.
Moradores das Zona Oeste e Norte, regiões onde não há linhas de metrô, terão que se desdobrar para cumprir os compromissos. Atualmente, o Grande Recife Consórcio conta com 3 mil coletivos, que fazem 385 linhas. Em média, dois milhões de passageiros utilizam o transporte todos os dias.
O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Patrício Magalhães, explicou que as principais reivindicações são os reajustes de salário (o pedido é de 33%) e do valor do tíquete alimentação, de R$ 160 para R$ 350. Em resposta, os patrões informaram que os vencimentos dos rodoviários de Pernambuco estão entre os maiores da região. Eles oferecem aumento de 3%.