Doação permitirá cirurgia de gêmeos siameses

Instituto recebeu anonimamente expansores que permitirão a primeira operação de gêmeos unidos pelo abdome
Vanessa Araújo
Publicado em 04/10/2013 às 7:01
Instituto recebeu anonimamente expansores que permitirão a primeira operação de gêmeos unidos pelo abdome Foto: Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem


O sonho da dona de casa Karine Medeiros, 26 anos, de ver separados os filhos Saulo e Davi, gêmeos siameses, está mais próximo de ser realizado. O Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), na área central do Recife, recebeu nessa quinta-feira uma doação de anônimos de expansores de pele, necessários para a cirurgia de separação dos bebês, que são ligados pelo abdome. Nesta sexta-feira, pela manhã, eles serão reavaliados por uma equipe médica do hospital. A expectativa é de que, na próxima semana, as crianças sejam submetidas à colocação dos expansores.

De acordo com o cirurgião-plástico Rui Pereira, os gêmeos serão recebidos hoje para uma consulta avaliativa. “Vou escolher o tamanho e o tipo de expansor mais adequado para o procedimento e aguardar sua chegada. Acredito que serão necessários, pelo menos, três desses equipamentos”, afirmou. O médico explicou que o expansor irá dilatar a pele e os tecidos a fim de prepará-los para o procedimento de separação.

Anteontem, a família passou por momentos de frustração após ser cancelada a cirurgia de colocação do aparelho, que havia sido doado por uma médica brasileira residente nos Estados Unidos. O expansor ainda não havia chegado ao Brasil. 

Ao receber a notícia de que os bebês podem ser separados mais rápido do que imaginava, a mãe vibrou. “Acho que dessa vez vai dar tudo certo. Estamos esperando essa cirurgia há muito tempo. Sei que nossa vida vai mudar, porque eles poderão ser mais independentes e crescer com mais saúde”, contou. Hoje, eles só se alimentam de leite oferecido na mamadeira.

Os bebês, que são ligados pelo fígado, têm quase cinco meses. À medida que os gêmeos vão crescendo e ficando mais pesados, mais difícil fica carregá-los. A rotina da família não é fácil. A mãe e o marido, que está desempregado, cuidam dos bebês e de mais dois filhos de um e quatro anos. Eles moram em uma casa de difícil acesso, com três cômodos, localizada numa escadaria do Alto Santa Terezinha, na Zona Norte do Recife.

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