Navegabilidade do Rio Capibaribe encalhada

Projeto de transporte público no rio, que deveria ficar pronto no final deste ano, está praticamente parado
Felipe Vieira
Publicado em 15/07/2014 às 9:10
Projeto de transporte público no rio, que deveria ficar pronto no final deste ano, está praticamente parado Foto: Foto: Guga Matos/JC Imagem


Utilizar o Rio Capibaribe como modal de transporte público foi promessa de campanha de políticos de diferentes partidos e ideologias ao longo dos últimos anos. Em maio de 2012, o então governador Eduardo Campos lançou o projeto Rios da Gente, que prevê dois ramais de navegação pelo Capibaribe. O primeiro, com 11 km, ligaria o Centro do Recife à Zona Oeste. O segundo, com 2,9 km, iria do Centro até as imediações do Shopping Tacaruna. Ao todo serão cinco estações de embarque e desembarque de passageiros, além de um ponto de manutenção de equipamentos e embarcações. O custo do projeto: R$ 289 milhões, com recursos do PAC da Mobilidade, do governo federal, e previsão de entrega para o final deste ano. Seria o primeiro passo no sentido de tirar o transporte público fluvial do rol de lendas urbanas e torná-lo realidade. Pouco mais de dois anos depois, tudo o que existe são seis pontos praticamente abandonados ao longo do rio, e o receio da população de que a lenda prevaleça.

Na estação central, na Avenida Rio Capibaribe, nas imediações da Casa da Cultura e ao lado da comunidade do Papelão, apenas algumas fundações. A altura do mato revela que o lugar não é utilizado há um bom tempo. “Há, no mínimo, três meses não aparece ninguém nessa obra. Disseram que só depois das eleições”, afirmou o guardador de carros Marconi Gomes, que trabalha no local. O mesmo cenário se repete na área onde funcionaria o pátio de manutenção, na Avenida Beira-Rio, embaixo da Ponte José Barros de Lima, no Coque. Por lá, apenas um guarda da empresa de vigilância contratada pela construtora encarregada da obra.

Na estação da Torre, embaixo do Viaduto José Bonifácio, não é diferente. Uma área enorme cercada por tapumes e sob a vigilância de um único guarda. Nenhum vestígio de obras, apenas mato. Seguindo até a estação que ficaria ao lado do Parque de Santana, a única diferença é o tamanho da vegetação, bem maior que nos outros pontos. Apenas no terreno onde se localizaria a última estação, na área onde a BR-101 corta o Capibaribe, na Várzea, e na estação do Derby, ao lado da sede da Covest, existem sinais de obras. Na Várzea, dois grandes barcos para dragagem do rio. No Derby, vários contêineres da empresa contratada para realizar a obra.

No início do ano os serviços foram paralisados devido à falta de repasse, por parte do governo federal, de recursos relativos ao projeto. Houve bate-boca e insinuações, por parte de políticos governistas, de que o Palácio do Planalto estaria retaliando o governo Eduardo por conta de sua candidatura presidencial.

O terceiro trecho do projeto, com 8 km ligando o Centro à Zona Sul, no valor de R$ 172 milhões, ainda não tem nem data para sair do papel.

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