Seis suspeitos viram réus no caso do promotor morto em Itaíba, no Agreste

Denúncia do Ministério Público Federal (MPF) foi recebida nesta quinta pela 36ª Vara Federal em Pernambuco
Do JC Online
Publicado em 15/01/2015 às 23:53
Denúncia do Ministério Público Federal (MPF) foi recebida nesta quinta pela 36ª Vara Federal em Pernambuco Foto: Foto: Rodrigo Carvalho/JC Imagem


Seis suspeitos se tornaram réus no caso da execução do promotor de Justiça Thiago Faria Soares, de 36 anos, em Itaíba, Agreste do Estado, em outubro de 2013. A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) foi recebida nesta quinta-feira (15) pela 36ª Vara Federal em Pernambuco. O homicídio teve grande repercussão no Estado, ganhando destaque pelas brechas deixadas durante as investigações, que fizeram com que a Polícia Federal assumisse o caso em agosto do ano passado.

Na denúncia, José Maria Pedro Rosendo Barbosa, José Maria Domingos Cavalcante, Antonio Cavalcante Filho, Adeildo Ferreira dos Santos e José Marisvaldo Vitor da Silva são colocados como réus pelos crimes de homicídio doloso contra o promotor e tentativa de homicídio de Misheva Freire (noiva da vítima) e Adauto Martins (tio de Misheva). O sexto réu, Genessy Carneiro de Andrade, responderá pelo crime de favorecimento pessoal. Ainda não há data para a primeira audiência com os réus ou para a fase de pronúncia para, só então, ser estabelecido o Tribunal do Júri.

O crime aconteceu no dia 14 de outubro de 2013. Thiago Faria foi morto a tiros de espingarda calibre 12 na PE-300. O promotor conduzia o carro levando a noiva, Misheva Freire no banco do carona e Adauto Martins no banco traseiro, quando foi interceptado por um Corsa de onde partiram os disparos. Os dois passageiros conseguiram pular do veículo e não se feriram. O promotor morreu na hora.

Durante as investigações, o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo foi apontado como o mandante do crime. A motivação para a execução teria sido a disputa de terras com Misheva, que arrematou a fazenda de Rosendo em leilão supostamente com a ajuda de uma possível influência da vítima. O fazendeiro, no entanto, sempre alegou inocência.

“A partir de agora vamos continuar lutando para provar a inocência de José Maria Pedro. Durante as investigações, a defesa não tem voz nem vez, mas agora, na Justiça, podemos questionar várias pontos. A polícia se baseou o tempo todo em uma só versão e só encontrou os personagens para dar base. Mas não há nada que comprove o envolvimento dele no crime”, avalia Leandro Ubirajara, advogado do principal acusado.

A Polícia Federal chegou a investigar a possibilidade de crime passional, envolvendo a Misheva e um ex-noivo, mas acabou se concentrando na motivação da disputa de terras, razão apontada pela Polícia Civil, primeira a investigar o crime.

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