Amigos do Trem querem reativar linha férrea do Recife até Camaragibe

Voluntários da ONG Amigos do Trem estão trabalhando na limpeza dos trilhos da Linha Tronco Norte desde 2015
Da Editoria Cidades
Publicado em 13/11/2016 às 8:08
Voluntários da ONG Amigos do Trem estão trabalhando na limpeza dos trilhos da Linha Tronco Norte desde 2015 Foto: Foto: Amigos do Trem/Divulgação


Trilhos da Linha Tronco Norte, desativados há anos e cobertos pelo mato, estão sendo resgatados na Várzea, bairro da Zona Oeste do Recife, pela organização não governamental (ONG) Amigos do Trem Regional Pernambuco. O grupo começou a fazer a limpeza na ferrovia, num trabalho voluntário, há duas semanas. Novas ações estão programadas até o fim de 2016.

A proposta é capinar quatro quilômetros de extensão de trilhos e dormentes desde a estação Rodoviária, na Várzea, até o viaduto nas imediações da Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata, município do Grande Recife. “Fizemos três ações e conseguimos limpar mais de 600 metros. Deveremos chegar a um quilômetro ainda este mês”, diz André Cardoso, representante da ONG.

O trecho que está reaparecendo corta uma reserva de mata e, de acordo com os Amigos do Trem, o lugar tem potencial para ser aproveitado com passeios turísticos de trem. “Agora, estamos abrindo caminho para passar com o auto de linha nos trilhos. O veículo está na fase final do serviço de restauração e deve entrar em operação em 2017”, informa André, estudante de história.

Com capacidade para dez pessoas, o auto de linha é um carro usado para fazer inspeções nos trilhos e carregar materiais mais simples de manutenção, como ferramentas e dormentes para reposição. A ONG recebeu o veículo da Ferrovia Transnordestina Logística S.A., concessionária responsável pela estrada de ferro da Linha Tronco Norte.

TURISMO

“O trem turístico é uma ideia nossa, para um trecho de seis quilômetros de extensão, da rodoviária até a estação de Camaragibe. Queremos elaborar um projeto e procurar instituições interessadas que possam implementar”, declara André Cardoso. No percurso, o passageiro pode contemplar a mata atlântica, o Rio Capibaribe e a Ponte Preta.

A ponte ferroviária está a 300 metros da rodoviária, tem cerca de três metros de largura e 140 metros de comprimento, diz André. A limpeza dos trilhos é um trabalho manual, executado com foices e estrovengas. “Ano passado (2015) limpamos o trecho Curado-Rodoviária. Os trilhos e dormentes encontram-se em bom estado. Depois da limpeza, a intervenção será mínima para o trem voltar a circular”, avalia.

Sem uso e deteriorada, a estação de Camaragibe teria de ser recuperada para fazer parte do circuito. A intenção da atual gestão municipal é transformar o prédio num centro cultural. “Não avançamos por causa do processo eleitoral e o prefeito não se reelegeu. Vamos deixar a sugestão para a próxima administração”, diz o presidente da Fundação de Cultura de Camaragibe, Josué Silva.

 

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