A Polícia Civil de Pernambuco trabalha com a hipótese de que Jorge Beltrão, a esposa e a amante cometeram, pelo menos, oito homicídios, sendo sete deles no Estado. Com isso, o diretor de Operações da corporação, Osvaldo Morais, anunciou que, desde esta segunda (16), cinco delegados participam da investigação com a coordenação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Além do delegado de Garanhuns Wesley Fernandes, estão no caso o delegado regional Marcos Oména, o delegado de Olinda Paulo Berenguer, o delegado responsável pelo setor de inteligência do DHPP, que não tem o nome divulgado por motivo de segurança, e o gestor do departamento, Joselito Amaral.
Segundo Osvaldo Morais, além das duas vítimas de Garanhuns, e a adolescente possivelmente assassinada em Rio Doce, Olinda, a polícia investiga outras cinco mortes. “Já temos o prenome dessas vítimas. Uma delas pode ter sido morta na Paraíba e nesse caso, ficará sob responsabilidade da polícia de lá”, explicou.
De acordo com Osvaldo Morais, o DHPP coordena o caso porque tem mais estrutura. “Como podemos ter mais crimes pelo Estado, o DHPP tem mais estrutura para coordenar esse trabalho”, destacou.
O secretário de Segurança Pública da Paraíba, Cláudio Lima, afirmou que ainda não designou delegado para investigar o caso porque não há comprovação de que o trio tenha cometido crimes naquele Estado.
O Jornal do Commercio repassou aos delegados responsáveis pela investigação material entregue por moradores de Garanhuns à reportagem, na semana passada. São fotos dos três acusados com a filha de uma das vítimas, que eles passaram a criar, desenhos, o livro Revelações de um Esquizofrênico, onde Jorge conta sua vida, detalhando um dos crimes, e o livro Sensualidade Mulata, ficção baseada no encontro dele com Bruna. Este último, o delegado Wesley Fernandes procurava desde o dia das prisões.
JULGAMENTO - A pedido do Ministério Público de Pernambuco, Jorge Beltrão foi absolvido de uma acusação de assassinato em Olinda. O crime aconteceu em 1994, mas o júri só ocorreu em 2010. Jorge era acusado de matar a tiros Luciano Severino da Silva. O MPPE alegou in dúbio pro réu (na dúvida, benefício para o réu). Esse fato foi narrado por Jorge no livro Revelações de um Esquizofrênico. O acusado também chegou a dar entrada no processo de adoção da filha de uma das vítimas, que ele criava. Mas desistiu porque precisaria mostrar os antecedentes criminais.