Carros são arrombados na Rua da Aurora, durante o Circuito das Estações

Durante o Circuito das Estações, seis pessoas tiveram os carros arrombados e pertences furtados na manhã desse domingo (10). “Todos os 3.000 corredores pagaram R$ 100 de taxa, o que equivale a R$ 300 mil, e eles não são capazes de promover segurança", disse Breno Silva, que participou da corrida e denunciou no Facebook o ocorrido. O Circuito das Estações, que acontece quatro vezes por ano, é uma das corridas que acontecem nessa área. 

O evento tem início no Forte do Brum e termina no Cais do Apolo, ambos no bairro do Recife. Essa região concentra alguns dos principais pontos turísticos da Capital e, ainda assim, a violência é um fato cotidiano para quem frequenta as imediações. O advogado Gustavo Camarinha foi uma das seis vítimas que tiveram os carros arrombados e pertences furtados no local. “Eu e os outros estacionamos por volta das 7h. Já havia um número de flanelinhas cobrando entre R$ 10 e R$ 20 para ‘tomar conta’ dos carros. Eu paguei R$ 7”, explica Gustavo.

O advogado também contou que, ao voltar para o local, por volta das 9h, já encontrou os carros com vidros quebrados e fechaduras arrombadas. “Levaram apenas minha carteira, porque não encontraram o resto. Uma das pessoas perdeu até o notebook”, disse. Gustavo também explica que, com outras três pessoas, prestou queixa na Central de Plantões da Capital, no bairro de Campo Grande. 

O corredor Breno Tenório fez um vídeo logo após o término da corrida, quando os corredores chegaram ao local. “Por sorte, não arrombaram o meu carro. Os 3.000 corredores pagaram R$ 100 de inscrição. Ao todo, isso dá R$ 300 e, mesmo assim, a segurança foi zero”, disse Breno. Ainda de acordo com ele, havia apenas dois agentes da Polícia Militar (PM) na Rua da Aurora, ambos a pé. “Os carros estavam estacionados bem perto do Instituto Tavares Buril, da Polícia Civil de Pernambuco”, explica.

MEDO - A pedagoga Tatiane Carneiro foi uma das participantes da etapa inverno do Circuito das Estações. Ela conta que corre há cerca de quatro anos e, por causa da violência, deixou de ir de carro até os locais de largada. “Eu sempre ia de carro e costumava estacionar perto do Instituto Tavares Buril, pensando que seria mais seguro, mas depois da onda de arrombamentos que começou a acontecer, parei. Dessa vez, fui correndo de Boa Viagem até o Forte do Brum, porque não arrisco levar o carro”, explica.

No último dia 21 de março, o mesmo caso aconteceu, apenas alguns metros depois. Na Rua Dois de Julho, em Santo Amaro, ao menos oito carros foram arrombados durante a 13ª Corrida das Pontes do Recife. "Flanelinhas se aproximaram e cobraram R$ 10, prometendo cuidar do veículo. Ouvi várias gracinhas como 'se não pagar, eu não me responsabilizo' e 'é melhor parar em outro lugar'. Furtaram dois celulares e R$ 80", diz um relato.

O consultor de Gestão Leonardo Pinheiro conta que não é a primeira vez que participa desse tipo de evento e, para chegar ao local, nunca vai com o próprio carro. “Desta vez eu fui de Uber. Por causa da falta de estrutura do local, eu prefiro me estressar menos e deixar o carro em casa”, explica Leonardo. Além da falta de segurança, ele reclama da falta de locais de estacionamento.