O novo secretário da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) afirmou, durante entrevista à Rádio Jornal, que acredita numa normalização das atividades da Polícia Civil até o fim desta sexta-feira (21). Ontem, a categoria anunciou uma greve opr tempo indeterminado em todo o Estado, mas a paralisação foi judicialmente considerada ilegal. Angelo Gioia não descartou a possibilidade de descontos salariais aos policiais que não trabalharem e alertou que "não é possível penalizar o cidadão, já penalizado, com a paralisação das forças de segurança. Não podemos investir no caos", disparou.
O secretário esclareceu que todas as delegacias de plantão estão funcionando no Estado durante a greve da polícia. Segundo ele, o acompahamento da paralisação está sendo feito de perto e com "informações em tempo real". Apesar dos relatos de delegacias fechadas na Região Metropolitana do Recife (RMR), Angelo afirmou que não vê necessidade de acionar reforços.
Quesitonado, Gioia disse que corrobora com o posicionamento judicial e pensa que a polícia não pode fazer greve. "Hoje a greve é ilegal, o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) sabe que a greve é ilegal. Em nenhum momento o governo fechou as portas. Ontem o Presidente do Sinpol 'não estava para negociar' com a Secretaria de Administração (SAD), o governo sinalizou com proposta concreta, dentro da realidade. Hoje terá mais uma reunião", garantiu.
Sobre o programa Pacto pela Vida, instituido ainda durante a gestão do ex-governador Eduardo Campos no Estado, o secretário pediu para que não fosse feita uma análise dos números 'friamente'. "Não se discute a força do Pacto no que diz respeito à sensação de segurança da população", relativizou. De acordo com Gioia, não existe a possibilidade de um novo modelo do Pacto pela vida. "Não existe novo modelo do Pacto, ele está sedimentado. Você agrega práticas a quem já integra o Pacto", explicou.
A proposta sobre mais policiamento nas ruas, afirmada pelo secretário já nos primeiros dias de gestão, já está em fase de execução na própria SDS. Apesar de não receber sinalização de outras corporações sobre a liberação de policiais que trabalham na área administrativa, o secretário adiantou que o 'desmonte' já começa a ser feito na própria secretaria. "Preciso ter gente para oferecer segurança. Há exagero dentro de casa. Isso precisa ser enfrentado. Se não houve sinalização de outras corporações eu vou ao encontro. Meu compromisso é com a população", afirmou.
Segundo Angelo, o deslocamento desses policiais também será direcionado ao interior do Estado. "Buscamos minimizar a ação dos grupos criminosos. Vamos avançar com a área de inteligência com apoio do GOE e de forças especiais que nós temos. Não é razoavel um efetivo pequeno no interior. A devolução dos servidores e o concurso da polícia garantirão mais 1.100 policiais até o fim do primeiro semestre para pronto emprego e cerca de 1.000 policiais civis.
Os altos números de assaltos a agência bancárias em Pernambuco deve ser enfrentado por Gioia através de ação conjunta. Segundo ele, foi reativado o trabalho da força-tarefa com a Polícia Federal e Polícia Rodovária Federal. Além de ter sido iniciada a capacitação da PM e da Polícia Civil para "investigações sensíveis", em casos que demandam um trabalho de prevenção por parte da polícia em relação aos crimes.
O secretário adiantou que um trabalho conjunto com as polícias de estados vizinhos também será realizado. Gioia ainda espera o anúncio de uma reunião com o Ministério da Justiça para formalizar uma conversa a nível nacional sobre a nova conjuntura de segurança, a ser instituída em todo o País.
Gioia ainda cobrou maior investimento dos bancos em segurança. "O sistema financeiro e os bancos também têm a fazer. É um setor que tem condições de arcar com maiores condições. Falta uso de tecnologia disponível no mercado, a Febraban e os bancos têm responsabilidade na segurança das agências também", finalizou.
Considerado "Linha dura", o secretário disse não se importar com o título "se linha dura for aplicar a lei, os normativos internos, estar compromissado com a sociedade civil e com as instituições".