'Ele trabalhava de dia para não correr perigo', diz irmão de motorista da Uber

Morto nessa quinta-feira (9), Daniel da Silva Santos foi enterrado nesta sexta, em Santo Amaro
JC Online
Publicado em 10/03/2017 às 17:40
Morto nessa quinta-feira (9), Daniel da Silva Santos foi enterrado nesta sexta, em Santo Amaro Foto: Foto: Diogo Cavalcante/ JC


Em uma semana, três casos de assassinatos envolvendo motorista da Uber e uma dor enorme para as famílias desses condutores. No último sábado (4), um dos crimes aconteceu no bairro da Mangueira, Zona Oeste do Recife; nesta sexta-feira (10), outro motorista assassinado no Ibura, na Zona Sul. Quase que no mesmo horário dessa última morte, no ínicio desta tarde, era velado o corpo de Daniel da Silva Santos, 32, outro motorista ligado à empresa e morto no município de Olinda ainda na quinta-feira. Em todos os episódios, a polícia acredita que os alvos na verdade eram os passageiros. Para Rafael da Silva Santos, 33, o perigo veio até o irmão assassinado.

 10 de março de 2017

Dezenas de pessoas, maioria motoristas do Uber, estiveram presentes no velório e sepultamento do corpo de Daniel, na tarde de hoje, no Cemitério de Santo Amaro. Para a família, o momento ainda é de uma dor irreparável, principalmente por acreditar que o filho foi morto durante um crime do qual não tinha nada a ver. "Ele trabalhava de dia para não correr perigo. E olha só no que deu. O perigo veio até ele", garantiu o irmão Rafael. Também motorista da mesma empresa, o homem desistiu de trabalhar após o assassinato.

 

 

 

Os familiares sepultaram o corpo do condutor em meio à mobilização de outros motoristas ligados à Uber. Pedindo mais segurança e apoio da empresa, manifestantes seguiram do Centro de Convenções, na área limítrofe entre Recife e Olinda, e seguiram em direção ao cemitério de Santo Amaro e à sede Uber, no mesmo bairro.

Assassinato

Daniel da Silva Santos foi morto enquanto transportava Lucas Machado, 18, que já cumpriu medida socioeducativa pelo crime de tráfico de drogas e havia acabado de receber liberdade, ele também morreu. A polícia acredita que o motorista foi morto por engano.

Dentre os familiares presentes ao enterro, esposa e irmãos de Daniel fizeram questão de representar a mãe do homem. Ainda em estado de choque por perder o filho, a mulher não conseguiu ir ao cemitério.


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