Médico já havia sido questionado por comportamento na UPA há um ano

Em 2017, o médico foi questionado pelo diretor da UPA da Imbiribeira sobre constranger uma paciente durante uma consulta, mas negou mau comportamento
JC Online
Publicado em 02/03/2018 às 19:35
Foto: Foto: Leo Motta/JC Imagem


Em entrevista coletiva após a prisão do médico suspeito de estupros, nesta sexta-feira (2), a delegada Ana Elisa Sobreira informou que ele já havia sido questionado sobre sua conduta na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira, na Zona Sul do Recife, no ano passado. Na época, Kid Nélio foi perguntado pelo diretor da unidade sobre constranger uma paciente em uma consulta, mas negou mau comportamento.

O caso foi relatado à polícia somente este ano durante a investigação iniciada a partir de denúncias de casos de abuso. "Tem um depoimento onde o diretor da UPA relata que uma assistente social chegou a falar sobre a queixa que recebeu de uma paciente, mas uma coisa muito sutil, [algo como] 'não me senti bem com a consulta, fiquei constrangida, ele tocou na minha cintura'. Ele foi chamado e questionado, negou e ficou por isso, foi há um ano", explica a delegada.

Kid Nelio trabalhava na UPA da Imbiribeira há quatro anos. A primeira denúncia na Delegacia da Mulher contra ele foi a de uma jovem de 18 anos, no dia 21 de fevereiro, sobre um abuso que sofreu em uma consulta no local.

Médico é suspeito de estuprar ao menos nove mulheres

Pelo menos nove mulheres foram estupradas pelo médico, afirmou a Polícia Civil. A possível décima vítima está sendo ouvida na tarde desta sexta. Ainda segundo a polícia, em depoimento, Kid Nelio confirmou que teve relação consentida com duas das vítimas que prestaram queixa contra ele. As demais, ele negou. As vítimas têm entre 18 e 39 anos.

A Delegada Ana Elisa explica que esse número não está fechado e que a Delegacia da Mulher se mantêm aberta para, se houver, ouvir novos depoimentos das vítimas. "Esperamos que com a divulgação do nome e da foto do criminoso, se houver outros casos, outras vítimas se encorajem para prestar depoimento e registrar esses abusos", esclarece.

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