O balanço da Operação Fulni-ô, deflagrada pela Polícia Civil, foi divulgado nesta quarta-feira (14) em reunião com a imprensa.
Foram cumpridos 34 mandados de prisão preventiva e 28 mandados de busca e apreensão domiciliar. Alessandro Pessoa dos Santos Mendonça Cornélio, conhecido com “Vaqueiro”, já estava preso e foi identificado como o líder da organização. Além dele, 14 pessoas que integram a quadrilha também estão reclusos e receberam o mandado de prisão preventiva. Outras 19 foram capturadas pelos agentes e encaminhadas ao presídio da região.
Eles são suspeitos de associação criminosa, roubo a bancos e carros fortes, além de envolvimento em homicídios, latrocínios, tráfico de entorpecentes e roubo a veículos. Segundo o delegado Ariosto Esteves, “todos os envolvidos tinham profissões dignas, eram vaqueiros, trabalhadores da roça, mas viram no crime uma oportunidade de ascensão econômica mais rápida”.
O grupo intitulado como “Novo Cangaço”, tinha integrantes nos municípios de Petrolina, Cabrobó, Salgueiro, Trindade, Floresta, Serra Talhada, Garanhuns e Bom Conselho. Eles se entrosaram com outros bandidos e conseguiam atuar no Nordeste todo.
De acordo com o delegado, a quadrilha amedrontava os moradores da localidade, usando armamento pesado para praticar os crimes. Moradores da região eram usados como reféns e escudo humano, como forma de proteção para os integrantes da quadrilha. "Além do medo, os municípios ficaram sem agência bancária, impossibilitando o uso de contas e recebimentos de benefício, como a aposentadoria", conta Esteves.
Ainda conforme o delegado, “cada um da quadrilha tinha uma função específica. Uns obtinham informação privilegiada sobre os carros fortes ou agências dos bancos, outros intimidavam quem quisesse se aproximar, e tinha aqueles que agiam, explodindo cofres, abordando os carros. Eles conheciam rotas de fuga e veredas no sertão que a polícia ainda desconhece, podendo se evadir com mais rapidez, sem deixar rastros”.
O capitão Pedro Morais, do Batalhão Especializado em Policiamento no Interior, conta que “na ação, eles agiam fortemente armados, com fuzis, pistolas e coletes. Eles não se entregam. Sempre iniciavam um confronto com a polícia e acabavam escapando”.
A operação Fulni-ô, que vem atuando desde 2017, envolveu 112 policiais civis e equipes do Batalhão Especializado de Policiamento do Interior (Bepi) da Polícia Militar (PM) deram apoio às buscas e apreensões. “A operação prendeu uma parte da quadrilha, ainda há pessoas foragidas, outras já foram identificadas, mas ainda não foram qualificados”, pontua o delegado Esteves. Os que foram presos, ficarão à disposição da justiça, onde serão avaliados pelos crimes que foram autuados.