Um empresário foi preso nesta quinta-feira (7) após furtar mais de 200 mil reais de água na Avenida Major Aprígio da Fonseca, às margens da BR-232, em Bezerros, no Agreste de Pernambuco. Segundo a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), uma denúncia anônima levou a companhia, juntamente à Polícia Civil, a investigar uma residência que fazia venda irregular de carro-pipa.
A estimativa dos técnicos da Compesa é que estava sendo desviado, em média, um volume de 72 metros cúbicos de água por dia, o que permitia a retirada de oito carros-pipa todos os dias, totalizando 192 caminhões por mês. O infrator não teve a identidade divulgada e confessou a prática irregular, sendo liberado após o pagamento da fiança de R$10 mil.
Além das providências jurídicas, a Compesa dará andamento às medidas administrativas com a cobrança de multa referente ao consumo não contabilizado, conforme determina o Regulamento Geral de Fornecimento de Água e Coleta de Esgoto.
O infrator é proprietário de carros-pipa e, de acordo com o seu depoimento e seus registros de entrega, cobrava entre R$ 100 e R$ 150 por cada viagem. Os técnicos da Compesa fizeram uma inspeção prévia ontem. No cadastro da companhia, o cliente pagava apenas a tarifa mínima, por um consumo de 10 mil litros de água por mês, que é de R$ 41,30.
Mas, ao verificar o imóvel, foi constatado que o morador possuía piscina, reservatório elevado e um inferior, que juntos, acumulavam 56 mil litros de água. “Esse volume armazenado era incompatível com o consumo registrado no hidrômetro do imóvel”, afirmou o coordenador da Compesa, João Paulo Alencastro.
Segundo ainda o coordenador, o suspeito pagava a conta de água. Para armazenar toda a água vendida em carro-pipa, ele fez um desvio entre duas ligações residenciais e fazia a retirada da água antes da chegada do hidrômetro do vizinho, que nunca desconfiou da irregularidade.
Inicialmente, o morador não confirmou as suspeitas dos técnicos da Compesa, mas quando foi iniciado o processo de escavação para comprovar o flagrante, junto com a delegacia do Município, ele acabou confessando o crime e explicando como era desenvolvida a sua estratégia irregular de comercialização de água produzida pela companhia.