A defesa da farmacêutica Jussara Rodrigues Paes, 54, e do filho dela, Danilo, divulgou detalhes do depoimento do porteiro do condomínio onde o médico Denirson Paes da Silva, de 53 anos, morava com a família. De acordo com o documento, o funcionário contou à Polícia Civil que a farmacêutica Jussara Rodrigues Paes, 54, pediu que ele alterasse a data de um documento afirmando que o médico recebeu uma correspondência na manhã do provável dia do assassinato. No entanto, as afirmações foram negadas pelo advogado Alexandre Oliveira.
Em testemunho, o funcionário Diego Francisco de Melo disse que os registros de recebimento de correspondências fazem parte do protocolo do condomínio. O porteiro contou também que a farmacêutica discutiu com ele alguns dias depois, pedindo que a data do recebimento da carta fosse alterada do dia 31 de maio para 1° de junho. Ao se recusar, a própria Jussara teria mudado a data no documento.
Segundo Alexandre Oliveira, que visitou Jussara nesse domingo, o depoimento poderá mudar o rumo das investigações, já que a polícia afirma que o cardiologista não foi visto no dia da morte. Um laudo grafotécnico será pedido para verificar a caligrafia no protocolo, além das câmeras de segurança, que poderão provar se a acusada esteve dentro da portaria ou não.
O advogado voltará a visitar Jussara no início da tarde desta segunda-feira (30) na Colônia Penal Feminina.
O corpo do cardiologista foi encontrado em um poço da casa onde morava, no Condomínio Torquato Casto, no km 12 de Aldeia, em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife. Ele foi sepultado nesse sábado (28), no Cemitério Campo Alegre de Lourdes, na sua terra natal, no interior da Bahia.
A esposa e o filho mais velho de Denirson são os principais suspeitos de cometerem o crime. A farmacêutica registrou um boletim de ocorrência, no dia 20 de julho, sobre o desaparecimento do marido. Após diversas investigações, a polícia solicitou um mandado de busca e apreensão no condomínio onde a família morava. Os restos mortais do cardiologista foram encontrados no dia 4 de julho.
A Polícia Civil ainda investiga as causas e a motivação da morte do médico, mas a hipótese de uma possível separação do casal não foi descartada.