Um dia após o tumulto que causou a morte de dois presidiários e deixou outro ferido na Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá, no Litoral Norte do Estado, não foram registradas novas confusões na manhã desta quinta-feira (25). O secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, afirmou que serão realizadas revistas mais fortes para evitar o uso de armas de fogo na unidade prisional.
"É uma das questões que, permanentemente, nós estamos combatendo", informou Pedro Eurico. "Elas (armas) não entram pela área de acesso normal da penitenciária, pois nós temos o scanner corporal que impede isso", contou.
A possibilidade é que as armas de fogo sejam lançadas por pessoas que estão fora da penitenciária para dentro.
O secretário de Justiça e Direitos Humanos negou a existência do fuzil dentro da unidade prisional, que teria sido utilizado por detentos durante o tumulto, como foi afirmado pelo Sargento Omadias Carneiro. "Não tinha fuzil, mas para mim, a diferença é mínima. Tanto o fuzil quanto a arma de fogo é grave. Não podemos admitir que o preso tenha a arma", disse.
As vistorias são realizadas diariamente dentro da Penitenciária e são apreendidas diversas armas brancas, bebidas clandestinas, celulares e equipamentos de som. Apenas um dos revolveres utilizados na confusão, de calibre 38, foi encontrado. Será realizado uma vistoria mais forte, em toda a unidade prisional, para evitar novos confrontos. Nenhum dos presos fugiu.
De acordo com a assessoria da Secretaria Executiva de Ressocialização (seres), o caso está sendo investigado pela Gerência de Inteligência e Segurança Orgânica (GISO/Seres), além das forças policiais.
Desavenças entre detentos resultaram em duas mortes na Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá, Litoral Norte do Estado, na noite desta quarta-feira (24). De acordo com informações da polícia, tudo começou por volta das 18h, quando os primeiros tiros foram registrados. Não houve fuga.
Os presos que morreram foram identificados como Leandro de Araújo de Assis, 26 anos, assassinado dentro do presídio; e Jaime José Mosinho, 51, que veio a óbito em uma unidade de saúde. Um terceiro detento, identificado como Evaldo José de Gouveia, 19, ficou ferido.
De acordo com informações iniciais repassadas pela Polícia Civil, houve uma discussão na laje do presídio envolvendo Evaldo e Jaime, quando um atirou no outro. Depois da troca de tiros, houve uma segunda situação, agora no corredor entre os pavilhões B e C, que resultou na morte de Leandro, dentro da unidade. "O caso desse elemento foi uma situação em que um indivíduo que tinha uma rixa com ele aproveitou o momento e realizou o disparo", disse o perito criminal Fernando Benevides.