Dois homens e um adolescente suspeitos de participar do homicídio de um maquiador em Moreno, no Grande Recife, foram detidos pela Polícia Militar (PM), na noite dessa terça-feira (21), em Jaboatão dos Guararapes, após uma discussão em uma van que fazia transporte alternativo na cidade.
As prisões dos adultos e a apreensão do menor aconteceram mais de dez horas depois que o corpo de Henrique Alves de Deus, 24 anos, foi encontrado decapitado por volta das 6h da manhã da terça (21). O jovem foi encontrado morto na Rua da Cachoeira, no bairro do Xingu, o mesmo em que morava, com marcas de tiros e 59 facadas. A cabeça do rapaz foi retirada e exposta a 50 metros de distância do corpo.
De acordo com o Instituto de Criminalística (IC), pedras foram encontradas dentro da boca do maquiador e um cachimbo, que normalmente é utilizado por usuários de crack para fazer consumo da droga, foi encontrado no bolso da bermuda que estava vestido.
No fim da manhã da terça, Bárbara Myrelle Nunes Santos, 22 anos, foi presa em flagrante suspeita de participar do crime que ceifou a vida de Henrique. Ela foi levada para Delegacia de Homicídios de Prazeres, em Jaboatão, onde confessou envolvimento no caso. Segundo a polícia, ela teria atraído Henrique para o local do crime, onde três homens teriam praticado o homicídio.
Ainda de acordo com os policiais, a jovem, que era amiga da vítima, disse que tinha uma dívida de droga com um dos suspeitos e que ele havia decidido matar Henrique após o maquiador denunciar seu envolvimento em um assalto.
Diante da brutalidade do crime que tirou a vida de Henrique, a tia do rapaz mostrou indignação ao comentar sobre o caso. “Como uma pessoa pode cortar a cabeça de um ser humano? Não tenho nem palavras para dizer”, lamentou Inalda da Silva Alves. “Minha irmã me ligou logo cedo dizendo que tinha um rapaz morto e como ela não tinha certeza de que era ele, me chamou para vir identificar o corpo”, declarou, em tom de tristeza a tia da vítima.
Ela também acredita que o sobrinho foi assassinado não só por ser usuário de drogas, mas também por causa da orientação sexual dele.
"A gente quer saber o motivo da morte dele o mais rápido possível. Só tenho que pedir muito a Deus pela minha família que está muito abalada, principalmente a minha irmã. Nesse país que a gente vive, as pessoas fazem de tudo para não ter homossexual. Isso tem que acabar. Nós temos que aceitar o ele é, o que as mulheres são. Vamos aceitar. É a decisão deles e a gente tem que apoiar", afirmou.
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