Uma mãe procurou uma delegacia em Olinda para denunciar que sua filha de três anos havia sido estuprada na escola em que estudava na cidade. O caso teria acontecido em dezembro de 2019, mas apenas nesta sexta-feira (24) a família decidiu torná-lo público.
Segundo a mãe da criança, ela chegou em casa reclamando de incômodo na vagina. Diante disso, a mulher fez perguntas à sua filha, que relatou o que aconteceu. "Chegando em casa, ela se queixou de ardência na vagina, aí eu deitei ela na cama, limpei e notei que estava bastante vermelho. Então, comecei a fazer perguntas para ela, se alguém tinha 'mexido' nela. E aí ela falou para mim que a professora, na hora do banho, colocou o dedo na vagina dela com bastante força", falou a mulher.
"Eu dei duas bonecas para ela me mostrar como foi e ela encenou com as bonecas. Ela pegou a mão da boneca que representava a professora colocou a mão na vagina da boneca que representava ela".
Após a denúncia, um psicólogo conversou com a criança que afirmou ter sofrido os abusos mais de uma vez. Além disso, o exame de corpo de delito feito no Instituto Médico Legal (IML), também constatou a agressão. "Fizemos o exame de corpo de delito no mesmo dia, a escuta nós fizemos um pouco depois e estamos esperando o andamento do processo", disse a mãe da menina.
Ainda de acordo com ela, a criança estudava na escola desde 2018. Apesar das evidências, a direção da escola nega o estupro.
O delegado responsável pelas investigações disse apenas que a polícia só vai se pronunciar sobre o caso após a conclusão do inquérito.
Pernambuco ocupa a posição de segundo estado do Nordeste com maior número de notificações de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)e do Disque 100. Em 2018, a Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude de Pernambuco (SDSCJ) recebeu 344 denúncias de abuso sexual infantil e 944 casos de exploração sexual. Já na rede estadual de saúde foram contabilizados também em 2018 cerca de 1.500 atendimentos a crianças vítimas de abuso e exploração sexual.