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Recife enfrenta nova epidemia de dengue neste início de ano

Aumento de casos acima do esperado faz prefeitura buscar ajuda
Do JC Online
Publicado em 21/02/2015 às 9:34
Aumento de casos acima do esperado faz prefeitura buscar ajuda Foto: Foto de Sérgio Bernardo/JC Imagem


 

A Secretaria de Saúde do Recife registrou nas primeiras sete semanas do ano 937 casos suspeitos de dengue e  confirmou 132 deles. “O aumento é de 140% em relação às confirmações do mesmo período de 2014. A curva é ascendente e nos deixa muito preocupados”, alertou o secretário Jaílson Correia, que pede a colaboração dos moradores.

Ele avalia que uma epidemia está sendo iniciada na cidade e convocou para as 9h da próxima quinta-feira (26/02) uma reunião de mobilização com diferentes setores da prefeitura e da sociedade. Está reforçando a farmácia dos postos e policlínicas. Admite pedir ajuda às Forças Armadas e às igrejas para ampliar a intensificação do combate aos focos do Aedes aegypti, já antecipada em novembro do ano passado. 

Das notificações, 56.5% estão concentradas em nove bairros, a maioria na Zona Norte (Casa Amarela, Vasco da Gama, Nova Descoberta, Dois Unidos e Morro da Conceição). É do Vasco a primeira morte suspeita do ano, um homem adulto. A dengue preocupa também em Santo Amaro, no Centro, na Imbiribeira, Cohab (morros) e Ipsep,  Zona Sul. Além de ser de ter alta concentração populacional, a região Norte também é mais castigada com o racionamento d’água.

“Cerca de 80% dos focos estão nos pequenos reservatórios domésticos”, lembra o secretário. Baldes, tonéis e até garrafa PET  são usados para guardar água limpa. Mal vedados, atraem as muriçocas, que ali colocam seus ovos. “Antecipamos as ações,  atualizamos as equipes e estamos reforçando tudo. No Carnaval, mais de 1.600 pontos em áreas de folia receberam tratamento contra a proliferação de Aedes”, informou o secretário.

A capital não é a única cidade do Estado em situação difícil. A Secretaria Estadual de Saúde está fazendo  novo mapa de distribuição da doença e já identifica sinais da tendência epidêmica. Os números, que não englobam os registros atualizados da capital, indicam crescimento de 47,25% e a dengue está presente em 63 municípios. Muitos deles já estavam entre os de maior risco identificados no fim do ano passado, na contagem de imóveis infestados.

“Observamos o crescimento no final de 2014. O verão atípico, com muitas chuvas, e o racionamento d’água podem reforçar a situação que tende a recrudescer a cada dois, três anos”, explica Claudenice Pontes, coordenadora estadual de combate à dengue e chicungunha. A última epidemia foi em 2012.

Este ano não houve confirmação de casos de chicungunha.

 

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