Hospital Maria Lucinda apela por ajuda

Tudo aquilo que fica abandonado em algum armário da casa pode ser destinado a entidades filantrópicas, que carecem de itens básicos como alimentos e roupas. Essa é a situação vivida pelo Hospital Maria Lucinda, no Parnamirim, Zona Norte do Recife. A instituição, referência no atendimento pediátrico, abraça uma campanha para sensibilizar a população e também pessoas jurídicas. 

“Estamos precisando de alimentos não perecíveis, produtos de limpeza e higiene, materiais de procedimentos médicos como gazes e esparadrapos, biscoitos e leites para as crianças, além de fraldas, especialmente para adultos”, diz a irmã Gildene Macema, coordenadora do setor de unidade de terapia intensiva (UTI) do Maria Lucinda. Ao lado de voluntários e profissionais da instituição, ela e mais nove religiosas da Associação São Vicente de Paulo mantêm um telemarketing com call center cujo objetivo é arrecadar recursos. E através da Sociedade dos Amigos do Hospital Maria Lucinda (Sahima), esse grupo desenvolve ações sociais em prol do hospital, que também atende adultos e idosos.

"Qualquer produto em bom estado de conservação pode ser doado. Os itens que não conseguimos aproveitar no Maria Lucinda vão para um bazar, cuja renda é destinada à compra de frutas e verduras usadas nas refeições dos pacientes. Conseguimos recolher, por semana, cerca de R$ 700, mas ainda é pouco para a nossa demanda”, diz a secretária da Sahima, Renata Costa. Também são bem-vindos sapatos, roupas, móveis, livros e brinquedos. Em média, o hospital realiza 150 atendimentos por dia, entre consultas e procedimentos cirúrgicos. 

Na ala destinada ao internamento de crianças que necessitam de cirurgia, o pequeno João Vitor Matias, 6 anos, está sob vigilância há cinco dias. Aguarda se recuperar de uma gripe para se submeter à intervenção cirúrgica para controlar um problema urológico congênito. Para afastar a tensão geralmente vivenciada pelas crianças em situação de internamento, ele recebe brinquedos que chegam ao hospital através de doações. “Não tenho do que reclamar. Somos bem cuidados aqui”, conta a mãe do garoto, a cozinheira Jatiane Matias, que vem de Natal para o filho receber atendimento no Maria Lucinda. 

A situação do hospital chegou a esse ponto, segundo voluntários da Sahima, devido à defasagem da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS). “Para se ter uma ideia, para cada consulta médica realizada, recebemos R$ 10 do SUS. Metade desse valor vai para o médico; o restante, para o hospital. É um valor pequeno suprir as nossas necessidades. Por isso, pedimos ajuda”, informa Gildene. 

Assim como outras entidades filantrópicas, o Maria Lucinda está cadastrado no Transforma Recife, plataforma que funciona como uma rede social e cruza perfis de interesse com ofertas de trabalho voluntário em instituições da capital. 

Serviço: 

Para doar qualquer tipo de produto: 3267-3756. Informações sobre doações em dinheiro: 2123-4040

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