Pernambuco tem 487 casos suspeitos de microcefalia. No Brasil são 739

É um problema de dimensões muito grande para a gente enfrentar, disse o ministro da saúde
Do JC Online
Publicado em 24/11/2015 às 11:18
Foto: Foto: Edmar Melo/JC Imagem


O Estado de Pernambuco registrou, até o momento, 487 casos suspeitos de microcefalia. Na última semana, eram 268 bebês com suspeita dessa malformação no Estado, o que mostra que atualmente o número quase que duplicou. A atualização dos números foi feita, na manhã desta terça-feira (24), durante coletiva do Ministério da Saúde. No País, o número chegou aos 741 casos suspeitos, com nascimentos em 160 municípios, distribuídos em nove Estados do Brasil.

Os casos ultrapassaram a barreira do Nordeste e chegam agora ao Centro-Oeste. O maior número de notificações foi feito em Pernambuco: 487 registros. Em seguida está a Paraíba (com 96), Sergipe (54), Rio Grande do Norte (47), Piauí (27), Alagoas (10), Ceará (9), Bahia (8) e Goiás (1).

"Além da dengue, que mata, e da chikungunya, que aleija, temos agora o problema da zika, que causa microcefalia. É um problema de dimensões muito grande para a gente enfrentar", disse o ministro da Saúde, Marcelo Castro.

O ministro observou que medidas estão sendo adotadas e citou como exemplo a reativação de um grupo especial, criado pela primeira vez no enfrentamento da pandemia de gripe A. Formado por 17 ministérios, o grupo pretende traçar estratégias para combater o mosquito vetor das três doenças, o Aedes aegypit. "Como estamos vivendo um caso inédito, temos de criar nossas alternativas. Não há absolutamente nada na literatura internacional, daí a necessidade de se experimentar tecnologias novas."

Entre as alternativas estudadas está a adoção de mosquito transgênico e o uso de mosquito infectado por uma bactéria, a Wolbachia. Embora promissoras, o ministro observa que tais iniciativas não estão disponíveis imediatamente. "Será que haveria mosquitos transgênicos suficientes para usar no País? Será que seria possível usá-lo? Não temos essas respostas agora", completou. Ele lembrou ainda das pesquisas para desenvolvimento de uma vacina contra dengue. "Estamos com um problemão para resolver.

Terá de ser resolvido por todos juntos, governo federal, estaduais, municipais e toda população", disse o ministro. "Temos de ter a compreensão do drama humano que estamos enfrentando."



DENGUE E CHICUNGUNHA - O ministério apresentou também os números de dengue e chikungunya. Até a 45ª semana do ano, foram contabilizados 1.534 932 casos de dengue, 7% a mais do que havia sido registrado em 2013.O número de casos graves também subiu no período, alcançando 1.488 pacientes. Ao todo, foram 811 mortes. A chikungunya também aumentou de forma expressiva. Foram confirmados até agora 6.724 casos, com outros 8.926 em investigação.

"Estamos diante do desconhecido", disse o secretário de Vigilância em Saúde, Antonio Carlos Nardi. O secretário apresentou os resultados do Levantamento de Infestação Rápida de Aedes aegypti, uma ferramenta usada pelas autoridades sanitárias para nortear as ações de controle do vetor, concentrando esforços em regiões onde há maior número de criadouros do mosquito. Este ano, o trabalho foi feito em 1.792 municípios.

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Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais do Hospital Universitário Oswaldo Cruz - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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O hospital, que fica no bairro de Santo Amaro, tem recebido os casos de microcefalia - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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A microcefalia é uma anomalia caracterizada pela diminuição do tamanho da cabeça dos recém-nascidos. - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Número médio de casos era de nove por ano em Pernambuco - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Somente nos últimos meses, foram diagnosticados 141 casos no Estado - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Assustados, pais seguram os filhos enquanto aguardam pela consulta - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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A maioria dos pais se sente insegura com relação ao futuro dessas criaças - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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A microcefalia normalmente é associada a sequelas no desenvolvimento da criança - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Nesta quinta (12) foram registrados dez atendimentos, de crianças com a condição - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Os médicos ainda não têm certeza do que está provocando o aumento no número de casos - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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A cabeleireira Silvana Nascimento concordou falar da condição de seu neto, que nasceu há quatro dias - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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"Viemos para saber como será o tratamento. Agora é luta, é entregar nas mãos de Deus", diz Silvana - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Mas a maioria dos pais prefere o anonimato - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Os efeitos da microcefalia variam de caso a caso, mas geralmente são nas áreas cognitiva e motora - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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As crianças vão precisar de acompanhamento multidisciplinar, com fonoaudiólogo e fisioterapeuta - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Movimento no ambulatório do HUOC aumentou com as notificações de microcefalia - Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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