Cooperação técnica com universidades dos EUA para pesquisas sobre microcefalia

Fundação Altino Ventura se junta às Universidades de Illinois e do Kansas, além da Unifesp
Margarida Azevedo
Publicado em 29/03/2016 às 8:12
Fundação Altino Ventura se junta às Universidades de Illinois e do Kansas, além da Unifesp Foto: Foto: Sérgio Bernardo / JC Imagem


Em parceria com duas universidades norte-americanas e uma brasileira, a Fundação Altino Ventura (FAV) desenvolverá pesquisas em bebês com microcefalia nas áreas de neuro-oftamologia, baixa visão e deficiência auditiva. A cooperação técnica, que envolve a troca de conhecimento e tecnologia, será com as Universidades de Illinois, em Chicago, e do Kansas, ambas nos Estados Unidos, e com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

As quatro instituições já elaboraram, conjuntamente, um protocolo que vai ser seguido no mutirão de dois dias que acontece na próxima semana no Centro Especializado de Reabilitação Menina dos Olhos, da FAV, localizado no bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife.

Segundo a oftalmopediatra e presidente da FAV, Liana Ventura, 150 bebês com microcefalia passarão por uma nova avaliação nos dias 4 e 8 de abril. No primeiro dia serão atendidas 80 crianças e no segundo dia, 70 pacientes.

“Esses bebês tiveram uma primeira avaliação em dezembro e janeiro, quando estavam com uma média de dois meses de vida. Agora, três meses depois, passarão por uma reavaliação. Vamos ver quem aumentou a visão, quem desenvolveu, aqueles que ficaram estáveis”, informa Liana Ventura.

“A ideia é avaliar o resultado visual e auditivo das crianças e a resposta global. Também analisar individualmente cada caso, verificando novas áreas de potencialidade a serem exploradas para melhorar o desenvolvimento, a aprendizagem e a qualidade de vida dessas crianças”, ressalta a médica.

Liana Ventura diz que a definição do protocolo se deu a partir do que foi identificado na primeira avaliação dos bebês. “Realizamos conferências online e agregamos novos parâmetros que serão seguidos nessa nova etapa”, destaca a presidente da FAV. As crianças serão avaliadas de acordo com os critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde.

Conforme a oftalmopediatra, os médicos pretendem medir o grau de deficiência visual e auditiva de cada bebê. Já se sabe que cerca de 20% deles apresentam problemas auditivos e 30% visuais.

Durante o mutirão da próxima semana, serão identificadas as crianças que precisarão usar óculos. Dos 178 bebês com microcefalia acompanhados pela FAV, aproximadamente 80% necessitarão das lentes para enxergar melhor, estima a fundação. Os óculos serão doados pela Casa Lux Ótica. “Queremos saber também saber quais vão precisar de aparelhos auditivos”, afirma Liana Ventura.

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