Gestantes vacinadas contra H1N1 protegem filho nos primeiros 6 meses de vida

Ao serem imunizadas na gravidez, mulheres beneficiam o filho na época em que a vacina não pode ser aplicada no bebê
Cinthya Leite
Publicado em 15/04/2016 às 9:45
Ao serem imunizadas na gravidez, mulheres beneficiam o filho na época em que a vacina não pode ser aplicada no bebê Foto: Guga Matos/Divulgação


A partir do dia 25, com o início da vacinação contra gripe na rede pública de saúde para os grupos prioritários para a imunização, as gestantes passam a contar com a chance de se proteger contra a infecção pelos vírus da influenza – entre eles, o H1N1. Além de disso, ao tomarem a vacina na gravidez, as mulheres beneficiam o filho nos primeiros seis meses de vida após o nascimento – época em que o imunizante não pode ser aplicado no bebê. “Durante a gestação, as mulheres passam para o feto anticorpos, que têm duração máxima de nove meses. A vacina pode ser aplicada em qualquer fase da gravidez, especialmente de março a julho, quando há maior circulação dos vírus da gripe”, ressalta o presidente da Sociedade de Pediatria de Pernambuco, Eduardo Jorge da Fonseca Lima.

Na campanha de vacinação contra gripe deste ano, o Estado de Pernambuco volta os olhos para o universo de 107.588 gestantes. “A meta é vacinar, no mínimo, 80% delas. Ao atingir esse percentual, sabemos que há proteção coletiva, mas os outros 20% ficam individualmente desprotegidos. Por isso, é importante que cada mulher grávida procure se imunizar”, esclarece a coordenadora do Programa Estadual de Imunização da Secretaria Estadual de Saúde (PEI/SES), Ana Catarina de Melo. Em 2015, o Estado conseguiu vacinar 94.925 gestantes e, dessa maneira, conseguiu atingir a meta para esse grupo prioritário. “O objetivo sempre é fazer com que a cobertura vacinal para influenza chegue a 80%. E no ano passado, esse percentual foi de 89% entre as mulheres grávidas.” 

A tarefa de sensibilizar gestantes a irem aos postos de saúde não pode perder o ritmo porque elas têm chances aumentadas, em comparação à população em geral, de apresentar complicações pelos vírus da gripe, principalmente pelo H1N1, que se mostra mais agressivo do que o subtipo H3N2 e o influenza B. “Durante a pandemia de 2009, observou-se que, ao adoeceram pelo vírus, elas complicaram e morreram mais pela doença”, salienta Ana Catarina. 

A literatura médica reconhece o potencial da vacinação para as grávidas e os filhos. “Há um trabalho de 2013 que analisou, nos Estados Unidos, a taxa de internamento, durante a pandemia de 2009, entre crianças com menos de seis meses. Pesquisadores procuraram as mães que tinham se imunizado contra gripe e as que não tinham se vacinado. Entre aquelas que não se protegeram, a taxa de internamento do bebê foi maior”, informa Eduardo Jorge, que chama atenção para a importância de as mães que acabaram de dar à luz uma criança também se imunizarem. “Pelo contato próximo com o bebê, elas são as principais transmissoras dos vírus da gripe quando não vacinadas.” A boa notícia é que, também a partir do dia 25, as puérperas (mulheres que se encontram no período até 45 dias após o parto) podem receber o imunizante nos postos de saúde.

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