A pequena Nathally Vitória, 9 meses, é uma das primeiras crianças com microcefalia que começaram a ouvir os primeiros sons graças à colocação de próteses auditivas posicionadas atrás das duas orelhas. Ela é do povo xucuru (um grupo indígena de Pesqueira, no Agreste de Pernambuco) e recebe acompanhamento no Centro Especializado em Reabilitação (CER) da Fundação Altino Ventura (FAV), localizado no bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife.
Os aparelhos foram colocados pela primeira vez na segunda-feira (8) e, na ocasião, a mãe e os profissionais de saúde perceberam que, pela reação de Nathally, o procedimento foi eficiente. “Ela passou a ter um ganho auditivo e a escutar o que está sendo falado”, diz a fonoaudióloga Valência Marinho, da Fundação Altino Ventura. A instituição já solicitou aparelhos auditivos para outros quatro bebês com microcefalia.
Mãe de Nathally, Maria Jaiane Santos da Silva, 17 anos, emociona-se ao falar do ganho auditivo da filha após a colocação da prótese. “Meu maior sonho é vê-la falar mamãe. Com o aparelho, ela agora escuta o que falamos e, se ela ouve, pode ser que pronuncie as palavras”, conta Maria Jaiane.
Foi depois da realização de alguns exames que se detectou que Nathally tem perda auditiva moderada em ambas as orelhas. "Sem os aparelhos auditivos, ela só escutaria a voz humana se a gente falasse muito alto e, ainda assim, detectaria o som, mas não conseguiria discriminá-lo (discernir a palavra mamãe de qualquer outra palavra, por exemplo)", explica Valência.