Quando o "alemão" - popularmente conhecido - ataca uma pessoa, ele não vem para brincar. O Alzheimer é uma doença neuro-degenerativa que provoca declínio das funções cognitivas, reduzindo a capacidade de trabalho e relação social e interferindo no comportamento e na personalidade de quem sofre do problema.
De acordo com o médico neurologista e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Pedro Sampaio, o Alzheimer é identificado quando o esquecimento gera transtorno na vida do paciente. De início, a pessoa começa a perder a sua memória mais recente. Pode até lembrar com precisão os acontecimentos de anos atrás, mas esquece que acabou de realizar uma refeição. "Com a evolução da doença, ela passa a causar grande impacto no cotidiano da pessoa e pode afetar a atenção, orientação espacial e temporal, compreensão e linguagem", explicou o médico. O paciente fica cada vez mais dependente da ajuda dos outros, até mesmo nas rotinas básicas, como a higiene pessoal e a alimentação.
Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), dos 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos no Brasil, 6% delas sofrem da doença. O principal fator de risco cardiovascular é a própria idade, atingindo pessoas com mais de 60 anos. Quando há histórico da doença na família, existe o risco que ela apareça nas novas gerações e com idades inferior a 60 anos.
O "alemão" não tem cura e é uma doença progressiva. "O Alzheimer é uma doença progressiva e vai piorando com o passar do tempo. Mas existe tratamento", disse o neurologista. Além de medicações específicas, exercícios como leituras e palavras-cruzada são ótimas alternativas que ajudam o paciente durante o tratamento.
Não existe uma forma de prevenção para o Alzheimer, mas ter uma vida saudável ajuda a evitar que essa doença apareça mais cedo. "É necessário cuidar da hipertensão, diabetes, das taxas do colesterol, deixar de lado o sedentarismo e usar o cérebro. Quanto mais a pessoa estudar ou ler, ela diminui o risco de ter a doença", explica o médico.
A família é a peça chave para que o doente tenha uma qualidade de vida melhor. As mudanças são significativas e é necessário que sejam compreendidas na rotina. É preciso paciência para lidar com as perdas e com as situações corriqueiras do dia a dia. Por fim, também é importante que a família crie estratégias para acolher melhor os doentes de Alzheimer.