Atualizada às 11h43, dia 28/02/2020
As principais diferenças entre uma gripe comum e o novo coronavírus não estão, necessariamente, nos sintomas, visto que existem muitas semelhanças, como tosse e febre. De acordo com o infectologista Gabriel Serrano, a grande divergência entre as doenças está no fato de que, para a gripe, já existe vacina e boa parte da população está imunizada, o que não acontece com o novo coronavírus. Além disto, é comum que os pacientes infectados pelo COVID-19 apresentem falta de ar ou dificuldade de respirar, sintoma menos comum em gripes.
"O novo coronavírus parece com um resfriado. A questão é que, para a gripe, já existe vacina e imunidade. Não tem imunidade nem vacina para o COVID e mesmo os pacientes assintomáticos podem transmitir. O novo corona é mais grave para idosos, acima dos 70 e 80 anos, ou para os que têm comorbidades, como doenças coronarianas, pulmonares e renais", explica o médico. Segundo ele, as mortes por coronavírus estão associadas à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) ou ao agravamento do quadro, quando a pessoa desenvolve uma infecção bacteriana subsequente à infecção pelo corona.
Sobre os sintomas, o novo coronavírus provoca tosse (geralmente seca), febre baixa (38ºC) e falta de ar. "O ideal é que a pessoa procure um hospital quando estiver com sintomas mais graves, como febre alta e falta de ar, ou seja, quando estiver necessitando de atendimento. Quem tiver suspeita de coronavírus deve entrar em contato com a unidade de saúde e, se for se dirigir ao local, utilizar máscara simples", comenta o médico. Ele acrescenta que esta suspeita existe quando o paciente apresenta os sintomas de uma infecção respiratória e tem vínculo epidemiológico (viajou para países como China, Coreia do Sul e Itália nos últimos 14 dias).
"Os pacientes idosos têm que ter preocupação. Para as outras pessoas, geralmente os sintomas melhoram em uma semana. É importante lembrar que, mesmo se confirmar o caso aqui no Estado, não significa que o vírus vá estar circulando. A maioria dos casos suspeitos não se tratavam de corona, e sim, de infecções comuns", afirma Gabriel Serrano.
Apesar da crescente procura da população por máscaras e álcool em gel, com receio da propagação do Covid-19, após o primeiro caso ser confirmado no Brasil, é preciso cautela. Isto porque o uso das máscaras é indicado apenas para pessoas que têm vínculo epidemiológico, ou seja, estiveram em países como China, Coreia do Sul e Itália nos últimos 14 dias e apresentam sintomas como tosse, febre e falta de ar. Em relação ao álcool em gel e à higienização das mãos, o cuidado envolve a forma e a frequência, visto que não há restrições e que as ações deveriam fazer parte da rotina.
"Não precisa sair todo mundo comprando máscara cirúrgica. Só quem tiver o vínculo epidemiológico e apresentar sintomas, ou quem tiver contato com este paciente. Mesmo que o caso seja confirmado no Estado, não significa que qualquer infecção de via aérea superior vá ser por coronavírus", explica Gabriel Serrano. Sobre o álcool em gel, o médico alerta que a pessoa deve utilizá-lo quando não puder lavar a mão com água e sabão. A higienização das mãos deve ser feita cotidianamente e não apenas nos casos de doença, sempre que a pessoa tossir ou espirrar, antes e depois das refeições ou quando necessário.
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"O uso do álcool deve ser feito, no máximo, três vezes seguidas. A partir da quarta vez, ou se tiver alguma sujidade na mão, o ideal é a lavagem com água e sabão", recomenda. Gabriel comenta que o indicado é dar preferência ao uso do álcool no formato gel, e não líquido, pois este possui menos eficácia. A pessoa deve friccionar a mão por pelo menos 20 segundos e não deve esquecer do punho, dos espaços entre os dedos e do polegar. A recomendação serve também para a lavagem.
Sobre os cuidados com o ambiente, é importante que o paciente utilize a parte interna do cotovelo quando for tossir ou espirrar e que lave as mãos antes de tocar em objetos de uso comum como maçanetas, já que a transmissão de algumas doenças, incluindo o coronavírus, é feita por gotículas de saliva. Em ambientes fechados, pode ser feito o uso da máscara, não sendo necessário nos casos de ambientes abertos. Evitar também o compartilhamento de pratos, copos e talheres. "E, o maior cuidado é a vacinação contra a gripe, porque quem vacina não tem gripe e consequentemente não irá transmitir", relata Gabriel.
O número de casos suspeitos de coronavírus em Pernambuco subiu para cinco nessa quinta-feira (27). Todos os pacientes estão sob monitoramento no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), que fica no bairro de Santo Amaro, na área Central do Recife. Um deles está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por ter apresentado alteração no raio-x de tórax. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, são 132 casos suspeitos e apenas um quadro da doença confirmado oficialmente. De acordo com a pasta, há 213 casos na fila para saber se eles se enquadram como suspeitos e 60 já foram descartados.
1. Abrir a torneira e molhar as mãos, evitando encostar-se a pia;
2. Aplicar na palma da mão quantidade suficiente de sabonete líquido para cobrir todas as superfícies das mãos;
3. Ensaboar as palmas das mãos, friccionando-as entre si;
4. Esfregar a palma da mão direita contra a parte de trás da mão esquerda entrelaçando os dedos e vice-versa;
5. Entrelaçar os dedos e friccionar os espaços entre os dedos;
6. Esfregar a parte de trás dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos, com movimento de vai-e-vem e vice-versa;
7. Esfregar o polegar direito, com o auxílio da palma da mão esquerda, utilizando-se movimento circular e vice-versa;
8. Friccionar as pontas dos dedos e unhas da mão esquerda contra a palma da mão direita, fechada em concha, fazendo movimento circular e vice-versa;
9. Esfregar o punho esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita, utilizando movimento circular e vice-versa;
10. Enxaguar as mãos, retirando os resíduos de sabonete. Evitar contato direto das mãos ensaboadas com a torneira;
11. Secar as mãos com papel toalha descartável, iniciando pelas mãos e seguindo pelos punhos. No caso de torneiras com contato manual para fechamento, sempre utilize papel toalha.