Kleber Lourenço prepara documentário e espetáculo após turnê

Ator e bailarino pernambucano viajou por 14 cidades com o espetáculo "Negro de estimação"
Eugênia Bezerra
Publicado em 13/07/2013 às 6:00
Foto: Acervo pessoal


Portugal, Espanha, Cabo Verde e Moçambique formaram a rota da turnê que o coletivo Visível Núcleo de Criação realizou com o espetáculo Negro de estimação. Ao todo, o solo de teatro e dança do pernambucano Kleber Lourenço foi mostrado em 14 cidades. Agora o artista planeja fazer um documentário reunindo o material que gravou durante a viagem com o que foi captado durante uma circulação de dois meses que fez pelo Recife, em 2009.

Além disso, Kleber tem outros projetos artísticos em 2013: "Com o Visível Núcleo de Criação estamos com trabalhos do repertório e articulando como eles podem ser apresentados. Morando em São Paulo, estou fazendo mestrado em artes cênicas, temporadas com os solos e dirigindo um espetáculo de teatro que se chama Sangoma, com a Cia. Capulanas de Arte Negra, que estreia em 21 de setembro em São Paulo", adianta.

Quando fez uma residência artística em Portugal, entre 2010 e 2011, Kleber estabeleceu os contatos que possibilitaram a realização desta turnê. "O que me motivou primeiramente foi a língua portuguesa e a experiência de colonização que estes países historicamente têm como ligação", afirma o bailarino sobre a escolha das quatro paradas da turnê.

Pedro Castro/Divulgação
Cena de "Negro de estimação" - Pedro Castro/Divulgação
Pedro Castro/Divulgação
Apresentação em Tondela (Portugal) - Pedro Castro/Divulgação
Pedro Castro/Divulgação
Oficina de Kleber Lourenço em Fafe (Portugal) - Pedro Castro/Divulgação
Acervo pessoal
Equipe da turnê em Bilbao - Acervo pessoal
Marcelo Lyra/Divulgação
Cena de "Negro de Estimação" - Marcelo Lyra/Divulgação
Marcelo Lyra/Divulgação
Cena de "Negro de Estimação" - Marcelo Lyra/Divulgação
Marcelo Lyra/Divulgação
Cena de "Negro de Estimação" - Marcelo Lyra/Divulgação

O espetáculo é uma adaptação de oito contos do livro Contos negreiros, do pernambucano Marcelino Freire (a co-direção é de Marcondes Lima). "Por onde passamos a recepção foi muito boa. Fico impressionado. Em Tondela foi muito calorosa e em Bilbao também. Em Bilbao se comentava a força do trabalho, da beleza da movimentação e, mesmo com dificuldades com a língua, pois os textos do Marcelino trazem registros muito regionais, compreendia-se tudo pela força das ações dos personagens", lembra Kleber.

"Em Portugal, eles assimilaram muito melhor a língua e os contextos, mas também salientaram muito a força e beleza do espetáculo. Também comentaram sobre como para eles é mostrada de outra maneira a realidade social do país, que é denunciada no espetáculo. O Brasil é apresentado muito festivo e maravilhoso e esses problemas apresentados no espetáculo ficam escondidos", continua ele.

O texto completo está no Caderno C deste sábado (13/7), no Jornal do Commercio.

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