Lívia Falcão apresenta 'Opá - Uma Missão' no Luni Estúdio Cultural

Espetáculo é resultado de vivências artísticas e terapêuticas
Márcio Bastos
Publicado em 30/05/2019 às 14:45
Espetáculo é resultado de vivências artísticas e terapêuticas Foto: Amanda Môa/Divulgação


Lívia Falcão retorna aos palcos nesta quinta-feira (30) com o espetáculo Opá, Uma Missão. O trabalho é a culminância de um processo de investigação artística e pessoal, que integra na encenação as vivências holísticas da artista. A apresentação marca ainda a inauguração do Luni Estúdio Cultural, em Casa Amarela, espaço voltado para projetos intimistas de diferentes linguagens, como teatro e música.

Através da palhaçaria, Lívia Falcão tem desenvolvido um trabalho delicado e robusto, em diálogo com a cultura popular e a investigação do sagrado feminino. Como Zanoia, ela criou uma palhaça “lesa”, como ela define, e cheia de vida. É com essa personagem que a atriz retorna aos palcos, evocando cenas de espetáculos anteriores, como Caetana, Divinas e Este Estranho Desejo.

“Fazia tempo que nutria a vontade de fazer um solo com minha palhaça, que é a melhor porção de mim, reunindo minha inocência e minha experiência. E a construção desse espetáculo foi uma experiência muito intuitiva, um encontro feliz com a diretora Andrea Macera. Há uma ponte entre os nossos trabalhos que é a obra da canadense Sue Morrison, que se debruça sobre uma palhaçaria ligada aos povos originários, ao xamanismo”, explica.

Dentro de seus próprios processos de imersão em técnicas holísticas, Lívia decidiu unir suas facetas enquanto artista e terapeuta, entendendo-as como complementares.

“Estou chamando este trabalho de um brinquedo e não um espetáculo, e ele é um pouco da minha história, por isso essa colcha de retalhos com meus trabalhos anteriores. A partir do momento em que fui me aprofundando nos caminhos do autoconhecimento, percebi que posso fazer a diferença através da minha arte. Hoje tenho maior consciência corporal e isso no palhaço é essencial porque o corpo precisa estar inteiro. E o riso, afinal, cura”, reflete.

INTEGRAÇÃO

A vontade de abrir as portas do estúdio da Luni para abrigar atividades diversas, que dialoguem com a cidade, era um propósito antigo de Danielle Hoover, idealizadora do projeto. A escassez de pautas no Recife é um problema antigo e muitos artistas não tinham onde apresentar seus trabalhos.

Após realizar algumas ações pontuais, como exposições e performances, a produtora decidiu que era hora de abrir as portas do estúdio e convida os artistas da cidade a dialogarem com o espaço.

“Buscamos projetos que tenham afinidades com a gente e teremos uma curadoria. Este primeiro momento será de experimentação e vamos sentir a resposta do público. Nossa ideia é investir mais e ter atividades mensais, ainda que não haja periodicidade rígida. Queremos, antes de tudo, ser um espaço para a cidade”, explica Danielle.

O estúdio tem capacidade para 150 pessoas e, além de apresentações culturais, está aberto também para palestras e oficinas. A ideia é também produzir conteúdo audiovisual de todas as atividades realizadas lá, com objetivo de reunir um material robusto sobre a produção de Pernambuco ou em circulação pelo estado.

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