O júri do Festival de Cannes, presidido este ano pelo diretor mexicano Alejandro González Iñárritu, se trancou neste sábado (25) em uma mansão protegida pela polícia, cuja localização foi desconhecida, para decidir os vencedores. O longa "Bacurau", dos pernambucanos Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, ganhou o Prêmio do Júri, no 72º Festival de Cannes. A premiação foi dividida com "Les miserables", de Ladj Ly.
De acordo com o regulamento do Festival, o júri deve "obrigatoriamente" entregar sete prêmios: Palma de Ouro, Grand Prix, Prêmio do Júri e as distinções de direção, roteiro e interpretação feminina e masculina.
A lista de prêmios só pode contar com um prêmio ex aequo, mas esta modalidade não pode ser aplicada à Palma de Ouro.
Outra disposição: um filme só pode receber um prêmio, exceto o prêmio de Melhor Roteiro e do Júri que podem ser associados a um prêmio de interpretação, com prévia autorização do presidente do Festival, Pierre Lescure.
Dentro destas disposições, o júri tem certa liberdade, como foi o caso em 2013 com a Palma de Ouro para o filme "Azul é a cor mais quente", compartilhado entre seu diretor, Abdellatif Kechiche, e suas duas protagonistas, Léa Seydoux e Adèle Exarchopoulos.
Uma champanheira serve de urna: os membros do júri depositam um pequeno papel dobrado em quatro.
As decisões são tomadas por maioria absoluta nas duas primeiras rodadas e por maioria relativa nas seguintes. Lescure e o delegado geral do Festival, Thierry Frémaux, assistem às deliberações, mas não fazem parte da votação.
Assim que possível, os responsáveis pelo Festival telefonam aos produtores para dar as notícias, boas ou más.
"Minhas mensagens não podem ser mais lacônicas", diz Frémaux em seu livro "Seleção Oficial: Diário". "'O filme não ganhou nada, me desculpe', 'O filme ganhou alguma coisa, a equipe tem que voltar'".
"Em geral, (os perdedores) me respondem 'de novo?' (...) Aos laureados sou obrigado a não divulgar" o prêmio obtido.