Eles formam gerações de cineastas e artistas. Transformam-se em cinematecas e centros de produção. Os cineclubes, imbuídos de um inegável compromisso cultural e ético, estimulam o pensamento crítico dos espectadores com relação a diferentes fenômenos sociais.São espaços para reflexão. Também funcionam como o gargalo de uma produção audiovisual que não encontra espaço para escoar.
Como são cada vez mais raras as salas de cinema no interior do Estado, e praticamente inexistentes os cinemas de bairro, é nos cineclubes onde os filmes gozam de liberdade, passando ao largo de exigências comerciais para serem exibidos. Por causa deste e de outros motivos, essas associações vêm se multiplicado bastante no Estado.
O estudo A difusão do produto audiovisual: a experiência da política pública e a exibição alternativa em Pernambuco, finalizado em dezembro de 2013 pela pesquisadora e gestora cultural Carla Francine, atesta esse crescimento. Segundo seu mapeamento, há 136 cineclubes no Estado, sendo 90 deles filiados à Federação Pernambucana de Cineclubes (Fepec). Há cinco anos, quando a instituição foi criada, apenas 12 cineclubes estavam ligados a ela. Apesar desse “boom”, poucas pessoas sabem do funcionamento deles, já que a maioria não tem verba nem estrutura suficientes para ter uma comunicação eficaz.
Além da existência limitada das salas de exibição não-comerciais, outros motivos também justificam a disseminação de cineclubes pelo Estado, segundo Carla Francine: “Foi uma confluência de várias ações, a retomada do movimento cineclubista pela sociedade civil, o investimento da gestão de Gilberto Gil no Ministério da Cultura (MinC) em programas associados para desenvolver o cineclubismo – como a Programadora Brasil e o Cine Mais Cultura –, e a adoção da categoria de desenvolvimento do cineclubismo no edital de fomento estadual, o Funcultura”.
Leia a matéria na íntegra na edição de hoje do Caderno C.
Veja vídeo Memória cineclubista de Pernambuco, que faz parte do projeto do livro (e-pub) Memória cineclubista de Pernambuco, realizado por Gê Carvalho.