Cine Olinda deve reabrir no fim do ano

Espaço fechado desde a década de 1970 teve a estrutura física recuperada
Bruno Albertim
Publicado em 14/07/2014 às 11:56
Espaço fechado desde a década de 1970 teve a estrutura física recuperada Foto: Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem


Depois de décadas de abandono e promessas sempre adiadas de reinauguração, os dois cinemas históricos de rua de Olinda já têm previsão de voltar a funcionar. O que deve, em tese, abrir as portas primeiro é o Cine Olinda, exemplar da art-déco fechado desde a década de 1970 na cidade.

Após ter a estrutura física recuperada pelo município com verbas federais, o cinema, localizado na entrada do Sítio Histórico, está com obras de finalização sendo tocadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Com verba já liberada pela União, no valor de cerca de R$ 1,3 milhão, o espaço agora passa por obras de climatização, mobiliário e dotação dos equipamentos técnicos de projeção. A sala vai contar com projetores digital e tradicional, para exibição de bitolas de 35 mm. “O cinema passa também por uma pequena obra de requalificação, já que percebemos a necessidade de transformá-lo num cineteatro de convenções, com vários usos”, diz Cláudia Rodrigues, diretora executiva de Patrimônio de Olinda.

A climatização está em andamento. Mas os editais de licitação para o mobiliário e os equipamentos técnicos só poderão ser publicados, por questões legais, após as eleições. “Se não houver imprevistos, a entrega das obras tem como prazo o dia 13 de novembro de 2014”, diz a secretaria do município.

O Iphan, após o último adiamento, já havia postergado a entrega do equipamento para o início deste ano. Não foi a primeira vez que a expectativa de abertura do cinema foi frustrada.

Já o Duarte Coelho, hoje praticamente um conjunto de ruínas no Varadouro, já teve as verbas de sua recuperação asseguradas pela União. Parte de um conjunto de 14 prédios culturais e patrimoniais que devem ser restaurados com verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas, o Duarte Coelho poderá dispor de até R$ 4,766 milhões.

Em 1998, a Prefeitura de Olinda chegou a iniciar uma obra de requalificação no local, mas teve que interrompê-la por falta de recursos. A gestão municipal era, então, de Jacilda Urquiza, que recebeu R$ 700 mil do governo federal para recuperar o imóvel do Duarte Coelho. Três anos depois, uma CPI foi aberta para investigar a ex-prefeita e possíveis desvios de verba. A investigação, como as obras, não teve conclusão.

As obras do Duarte Coelho, já aprovadas pelo Iphan, devem ser licitadas em breve. “Estamos ajustando o orçamento para mandar para o Iphan. Assim que for aprovado, poderemos publicar os editais de licitação”, diz Cláudia. Esse processo deve durar um mês.

Prestes a ter de volta, depois de anos, seus cinemas municipais, Olinda prepara uma série de seminários sobre gestão cultural. “O município não teria orçamento e pessoal tecnicamente capacitado para gerir os cinemas sozinhos. Nossa ideia é montar parcerias entre a gestão pública e a privada”, adianta a diretora executiva de Cultura de Olinda, Clarice Andrade, sobre o funcionamento das salas. A Cidade Alta, enfim, parece que voltará a ter telas em atividade nas suas fronteiras. Vamos torcer. E cobrar.

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