Elsa & Fred: uma paixão que transcende idade, vida e morte

Remake estreia amanhã (25/11) em circuito nacional
Ernesto Barros
Publicado em 26/11/2014 às 6:05
Remake estreia amanhã (25/11) em circuito nacional Foto: Diamond Filmes/Divulgação


O cinema já contou muitas histórias de amor e paixão, mas poucas tão engraçadas e comoventes quanto o romance entre dois idosos no filme Elsa e Fred – um amor de paixão, de Marco Carnevale. Desde que foi lançada, há nove anos, essa pequena produção entre a Argentina e a Espanha – uma joia de humor e sedução – ficou encravada no coração de milhares de espectadores de todo o mundo. Aqui no Brasil, o filme virou até peça de teatro: uma montagem está em cartaz em São Paulo desde o mês passado.

Como Hollywood está sempre de olho nos sucessos dos filmes produzidos além de suas fronteiras, a história de amor outonal entre a espevitada Elsa e o tristonho Fred estava na mira para ser refeita. Demorou um pouco, mas o resultado pode ser conferido amanhã, com a estreia nacional de Elsa & Fred, agora refeito por um especialista. O diretor inglês (nascido na Índia) Michael Radford refaz o mesmo esquema de O carteiro e o poeta, de 1994, que também era remake de um filme chileno.

Com raríssimas mudanças – a maioria para melhor, reconheça-se – e diálogos idênticos, Elsa & Fred não decepciona os fãs do filme original. O maior trunfo é o soberbo casal de atores que interpreta os amantes octogenários: Shirley MacLaine e Christopher Plummer estão excelentes nos personagens que foram da uruguaia China Zorrilha (falecida em Montevidéu, em setembro passado, aos 92 anos) e do espanhol Manuel Alexandre (morto em 2010, em Madri, também aos 92 anos), respectivamente.

Ambos com mais de 80 anos, Shirley e Plummer – cada um tem Oscar de Melhor Ator Coadjuvante na prateleira e ótima folha corrida no cinema americano – parecem se divertir na pele de Elsa e Fred. Desta vez, eles moram em Nova Orleans, no sul dos Estados Unidos, e se encontram quando Fred, viúvo e hipocondríaco, se muda para um novo apartamento.

Apesar de tão diferentes quanto água e óleo, os destinos deles se encontram e o casal vive, na terceira idade, os mais iluminados e divertidos dias de suas vidas. A primeira meia hora do filme, com Elsa fazendo tudo para vencer o mau humor de Fred, é deliciosa e plateia nenhuma resiste. A cena mais esperada ainda é a mesma: o sonho maluco de Elsa em repetir o papel de Anita Ekberg, no filme A doce vida, de Federico Fellini, quando ela entra na Fontana de Trevi tendo Fred no lugar de Marcello Mastroianni.

Ao contrário do primeiro filme, o novo tem roteiro mais cuidadoso e produção mais rica. Mas, no final, o que fica é o exemplo do casal, que vive uma paixão quase adolescente, sem dar muita bola para a morte que se avizinha.

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