Embora tenha sido criticado por estender a adaptação de O Hobbit em três partes – como fizera anteriormente, e com razão, em O senhor dos anéis –, o cineasta neo-zelandês Peter Jackson conclui muito bem a segunda trilogia baseada nos escritos de J.R.R. Tolkien. Em O Hobbit – A batalha dos cinco exércitos, que tem sua primeira sessão nesta quarta-feira (10/12) à noite, Jackson chega ao fim de mais uma aventura grandiosa, sombria e emocionante, na Terra Média inventada pelo autor inglês.
Para quem ainda não viu as duas primeiras partes – ou para quem pensa em revê-las no cinema –, a rede Cinemark dá a chance de conferi-las ainda hoje, com sessões únicas de Uma jornada inesperada (às 14h10) e A desolação de Smaug (às 17h40). A partir de quinta-feira (11/12), o filme entra em cartaz em tempo integral nas versões mais variadas, que incluem Imax 3D e HFR-48 FPS 3D (apenas na rede Cinemark).
A batalha dos cinco exércitos começa justamente na ponta solta deixada por Peter Jackson em A desolação de Smaug: enxotado das ruínas de Moria por Bilbo Bolseiro, Thorin Escudo de Carvalho e sua companhia de anões, o dragão dá o troco ao tocar fogo na pobre Cidade do Lago. Como estava profetizado, Smaug encontra seu fim pelas mãos de Bard (Luke Evans), o filho de Girion.
Após esse preâmbulo, Jackson relaciona o tema da cobiça e da loucura provocadas pelo excesso de riqueza, que faz um elo com O senhor dos anéis. Apesar da ajuda dos pobres da Cidade do Lago, Thorin desiste de dividir a riqueza e se torna dominado pelo poder do ouro. Assim como os homens, os elfos também chegam para pegar sua parte. Paralelamente, Azog organiza legiões de Orcs para invadir Moria, seguindo ordens de Sauron, que finalmente mostra a cara para Gandalf (Ian McKellen) e Lady Galadriel (Cate Blanchett).
Todo esse movimentado xadrez em torno do tesouro dos descendentes de Thorin é resolvido em mais ou menos uma hora. Desse ponto em diante, o filme faz jus ao título A batalha dos cinco exércitos. Como sempre, mesclando efeitos digitais, personagens virtuais e atores, Jackson cria sequências sensacionais, em que emoção e ação vertiginosa perduram por quase uma hora e meia.
Com um domínio total do universo de Tolkien, Peter Jackson dá a volta por cima até nas licenças poéticas, como na história de amor impossível entre a elfa Tauriel e o anão Kili. Evangeline Lilly e Aidan Turner brilham na dolorosa despedida entre os dois personagens, assim como Martin Freeman e Robert Armitage, na cena final entre Bilbo e Thorin. Sem precisar da grandiosidade de O senhor dos anéis, Jackson acabou fazendo de O Hobbit um épico da intimidade.