Morreu no Rio de Janeiro, aos 85 anos, a atriz Odete Lara, segundo divulgou na manhã desta quarta-feira (4/2) o canal de TV por assinatura GloboNews. A causa da morte não foi informada.
Musa do cinema novo, Odete trabalhou em dezenas de filmes, além de lançar um disco com músicas de Vinicius de Moraes e três livros autobiográficos.
Filha de imigrantes italianos, a atriz nasceu em São Paulo, em 1929, como Odete Righ, herdando o sobrenome da mãe, devido ao fato de seu pai já ser casado.
Quando começou a carreira de atriz, num comercial na então recém-inaugurada TV Tupi, chamou a atenção por se recusar a sorrir, uma atitude nada comum para alguém tentando vender um produto.
O ar enigmático e sua beleza falaram mais alto e essa musa incomum virou atriz da TV Tupi encarnando a rainha má da Branca de Neve. Participou de telenovelas e foi estrela de um famoso programa de adaptação de clássicos da literatura, um marco no início da TV.
Odete também foi modelo participando do primeiro desfile da moda brasileira, realizado no Museu de Artes Moderna de São Paulo (Masp), em 1951, e cantora de shows como Skindô, ao lado de Vinicius de Morais, e Meu refrão, com Chico de Buarque.
Ela estava no auge da carreira cinematográfica quando decidiu abandoná-la protagonizando o movimento que sentiu ser vitima durante sua vida. Exilou-se em Nova Friburgo, onde passou a se dedicar ao budismo, ocupando seu tempo com meditação, ioga, leituras, tradução de livros e escrita. Seu último longa-metragem, em 1979, foi O principio do prazer.
A bela que marcou toda uma geração com seu ar enigmático e despudor passou seus últimos dias nas montanhas do Rio de Janeiro em busca de paz.