Quatro pernambucanos são aprovados em edital da Ancine para TVs públicas

África da Sorte, Além da Lenda, Bela Criativa e Índios no Brasil são os quatro projetos pernambucanos aprovados na linha de produção de conteúdos destinados às TVs Públicas do Programa Brasil de Todas As Telas. Esta foi a primeira chamada pública da linha. A verba de R$ 60 milhões será dividida entre 94 produtos, de 83 empresas independentes. Eles correspondem a 250 horas de programação inédita para cerca de 200 emissoras pagas ou que possuem a licença de radiodifusão educativa (ou seja, canais comunitários, universitários, educativos e culturais). O resultado foi divulgado nesta quarta-feira (2/9).

O edital foi dividido em cinco, com o objetivo de regionalizar a abrangência do Programa. Ele recebeu 768 propostas, enviadas de 26 unidades federativas do Brasil (18 do Norte, 16 do Nordeste, 19 do  Centro-Oeste, 23 do Sudeste e 18 do Sul)*.

O diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel, comenta no comunicado da agência: "É uma felicidade ver o interesse de todo o país para esse edital. Isso demonstra como o brasileiro precisa e quer se ver mais nas telas, se reconhecer no que assiste. Serão mais de 200 horas de programação inédita feita por talentos brasileiros, para brasileiros. Será a oportunidade de mostrar nossos diferentes sotaques, nossas culturas diversas – da periferia de uma grande cidade a uma aldeia indígena – que tanto nos une, quanto nos diferencia".

Em relação aos perfis de programação, o resultado está distribuído assim: 36 projetos para o público infantil, 22 para o público jovem e 36 para o adulto.

O Programa Brasil de Todas As Telas é realizado por uma parceria entre a Agência Nacional do Cinema (Ancine), a Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura (SaV/Minc) e a Empresa Brasil de Comunicação (EBC). A ação conta com o apoio da Associação Brasileira de Televisão Universitária (ABTU), da Associação Brasileira de Canais Comunitários (ABCCom) e da Associação Brasileira de Emissoras Públicas Educativas e Culturais (Abepec).

Abaixo, informações sobre os quatro projetos pernambucanos aprovados. A lista completa está disponível no site da Ancine.

África da Sorte (Aroma Filmes)
Direção: Renata Pinheiro e Sérgio Oliveira
Público: Adulto
Valor investido pelo FSA: R$ 630.500
Sinopse: O fictício país africano Aruanda recém saiu de uma guerra civil que durou décadas e vive um momento de reconstrução. Homero Costa, um jovem editor de imagens, mulato recifense, é contratado para atuar na campanha publicitária de uma loteria em Aruanda: a África da Sorte. O diretor da loteria – Michel Albuquerque - é de tradicional família branca pernambucana e fez fortuna com bem sucedidas campanhas políticas no Brasil. O Nordeste do Brasil e Aruanda mantêm uma relação profunda desde a escravidão.

Além da Lenda (Viu Cine)
Direção: Alisson Ricardo
Público: Infantil
Valor investido pelo FSA: R$ 455 mil
Sinopse: A série de animação propõe um olhar diferente sobre as lendas brasileiras: de dentro para fora. São elas que nos contam as suas histórias. Dirigida por Alisson Ricardo (de Até Que a Sbórnia Nos Separe e Dino Aventuras). As lendas da primeira temporada são de três origens (indígena, européia e africana). São personagens: a Cabra-cabriola, Chibamba, Curupira, Cuca, Cumade Florzinha, Negrinho do Pastoreio, Boitatá, Iara, Mula-sem-cabeça, Barba Ruiva, Papa-figo, Boto e Vaqueiro Misterioso.

Bela Criativa (Z4 Estúdio)
Direção: Marcelo Vaz
Público: Infantil
Valor investido pelo FSA: R$ 1.180.503
Sinopse: Contempla as diversas formas das crianças se relacionarem através do universo de uma creche, que serve como pano de fundo para todas as aventuras. Nesse espaço, uma turminha composta pela filha de uma francesa, uma garota geek, seu melhor amigo negro e uma criança hiperativa se relacionam. 

Índios no Brasil (Al Filmes EIRELI/Urso Filmes)
Direção: Camilo Cavalcante e Adelina Pontual
Público: Adulto
Valor investido pelo FSA: R$ 1.352.000
Sinopse: Série de documentários sobre povos indígenas de diferentes etnias existentes na região Nordeste do Brasil. Em cada episódio, o ativista cultural, militante dos movimentos indígena e negro, Tiago Nagô, 31 anos, seguirá em uma jornada de (re)descoberta em diferentes nações.

*Distribuição detalhada dos projetos aprovados por região:
Norte (18): Amazonas (8), Pará (6), Rondônia (1), Tocantins (1) e Acre (2)
Nordeste (16): Pernambuco (4), Bahia (6), Piauí (1), Maranhão (2), Paraíba (1) e Ceará (2)
Centro-Oeste (19): Mato Grosso (2), Mato Grosso do Sul (2), Goiás (9) e Distrito Federal (6)
Sudeste (23): São Paulo (9), Rio de Janeiro (2), Minais Gerais (11), Espírito Santo (1)
Sul (18): Rio Grande do Sul (6), Paraná (9) e Santa Catarina (3)