O aclamado cineasta americano Spike Lee disse nesta segunda-feira (18) que vai boicotar a cerimônia do Oscar no mês que vem. A razão para o ato é a ausência de negros entre os indicados nas principais categorias da premiação.
Numa ação separada, mas na mesma direção, a atriz Jada Pinkett Smith também disse que não vai participar da cerimônia em Hollywood, no próximo dia 28 de fevereiro.
Spike Lee, um dos negros com maior números de indicações ao Oscar, publicou no Instagram uma carta aberta ao presidente e à junta de diretores da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que organiza o Oscar.
O texto veio acompanhado com uma foto de Martin Luther King, líder da luta pelos direitos civis que é homenageado hoje nos Estados Unidos com um feriado.
"Como é possível que, pelo segundo ano consecutivo, os 20 aspirantes das categorias de atuação (protagonistas e coadjuvantes) sejam todos brancos? E isso sem falar nas outras categorias. Quarenta atores em dois anos e nada. Não somos bons atores?".
Lee, que recebeu no ano passado um Oscar honorário por sua carreira como diretor e ator, chamou a atenção dos executivos que dirigem os estúdios de Hollywood pela ausência de minorias na competição pelo Oscar.
"Gente, a verdade é que não estamos nesses estúdios. E até que as minorias não estejam, os indicados ao Oscar continuarão sendo brancos como leite", escreveu.
Lee sugeriu que Hollywood siga o exemplo da National Football League americana (NFL), que exige que os candidatos de grupos minoritários também sejam entrevistados para os cargos de treinador principal e cargos executivos.
Na quinta-feira da semana passada, a Academia anunciou os indicados aos prêmios deste ano, que serão apresentados pelo ator negro Chris Rock.
Após o anúncio dos nomes dos concorrentes, a ausência evidente de atores e diretores negros iniciou uma onda de críticas nas redes sociais e deu origem à hashtag #OscarsSoWhite ("Oscar tão branco", na tradução do inglês).