Filme de Kleber Mendonça Filho tem captação de recursos questionada

Ministério Público Federal está investigando recursos públicos destinados ao longa 'O Som ao Redor', de 2013
JC Online
Publicado em 25/07/2017 às 13:29
Kleber Mendonça Filho Foto: Canal Curta!/Reprodução


O aclamado filme O Som ao Redor (2013), dirigido pelo pernambucano Kleber Mendonça Filho - considerado um dos melhores longas nacionais desta década - foi colocado sob investigação pelo Ministério Público Federal e por outros órgãos públicos por suspeita de irregularidades, que são negadas pelo cineasta, de acordo com Marco Aurélio Canônico, do jornal Folha de São Paulo.

"Mais uma vez, denúncias são descabidas. O Som ao Redor é um marco no cinema brasileiro, um exemplo de investimento público no Cinema que representa até hoje Pernambuco e o Brasil Internacionalmente. Juntando Aquarius, que teve repercussão ainda maior, meus filmes foram legendados e dublados em mais de 50 línguas. A própria Ancine e a Secretaria do Audiovisual são dispositivos de segurança para produtores brasileiros, os longos processos técnicos de fomento para qualquer filme brasileiro estão disponíveis para consulta. Não há nem nunca houve qualquer irregularidade. Creio que a própria Ancine poderá esclarecer isso para quem quiser", afirmou o cineasta, ao Jornal do Commercio.

Segundo o jornalista, os recursos públicos destinados ao longa foram denunciados ao Ministério da Cultura e ao MPF no Rio de Janeiro por um servidor da Agência Nacional do Cinema (Ancine). 

FINANCIAMENTOS DE O SOM AO REDOR

De acordo com a matéria, O Som ao Redor venceu um edital de 2009 do MinC que determinava expressamente que só seriam aceitos "projetos de, no máximo, R$ 1,3 milhão". Com isso, o ministério daria R$ 1 milhão, e o restante poderia ser captado em outras fontes, inclusive públicas. Mas a produção teria conseguido captar R$ 1.709.978 milhão, sendo R$ 410 mil via edital do Fundo de Cultura de Pernambuco - Funcultura, e R$ 300 mil através do edital da Petrobras, infringindo o edital. Segundo a reportagem da Folha, as diferenças entre o custo total da película e o limite permitido pelo edital foi detectada pela área técnica da Ancine e comunicada à Secretaria do Audiovisual do MinC, em 2010. 

 

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