Em 1901, duas professoras espanholas da região de Galiza enganaram um pároco e casaram-se na Igreja. E esse foi o primeiro e único casamento lésbico a ser oficializado pela Igreja na Espanha. Essa história, que serviu de base para o livro Elisa y Marcela: Más allá de los hombres, de Narciso de Gabriel, agora será pano de fundo para um homônimo longa-metragem, a ser produzido pela Netflix e dirigido pela premiada cineasta espanhola Isabel Coixet, 57.
Segundo o jornal espanhol El País, o filme retratará como Elisa Sánchez Loriga se fez passar por Mario Sánchez para contornar os preconceitos tão intensos à época e poder casar-se com Marcela Gracia Ibeas. Descobertas e denunciadas por vizinhos, as duas acabaram tendo que fugir e foram parar em Buenos Aires, onde o rastro delas acabou se perdendo.
"Essa história me interessa muito sobretudo porque elas viveram juntas por muito tempo, viveram um monte de vicissitudes. Arriscaram tudo para casar", afirmou ao El País a diretora, que acaba de levar para casa os prêmios Goya (o Oscar do cinema espanhol) de melhor filme, direção e roteiro adaptado por La Libréria, uma adaptação do romance de Penélope Fitzgerald que fala sobre o universo dos livros.
A Netflix ainda não anunciou qual a estratégia de lançamento de Elisa y Marcela: se colocará no seu portfólio de streaming ou se vai estreá-lo primeiro nos cinemas.