Produtor do filme ''A Vida Invisível'' crê que melodrama favorece ida ao Oscar

O filme foi escolhido como o representante do Brasil no Oscar de 2020
Agência Brasil
Publicado em 14/09/2019 às 14:50
O filme foi escolhido como o representante do Brasil no Oscar de 2020 Foto: Foto: Divulgação/Bruno Machado


No mês passado, o filme A Vida Invisível, dirigido por Karim Aïnouz, desbancou outros 11 filmes e foi escolhido o representante do Brasil na corrida ao Oscar do próximo ano. A produção disputa agora com títulos de outros países para figurar entre os cinco indicados na categoria de melhor filme estrangeiro. Para o produtor do filme, Rodrigo Teixeira, diversos elementos qualificam a obra para uma indicação. Ele considera, por exemplo, que o gênero melodrama pode ser um diferencial.

"Acho que o gênero do filme é um ponto positivo. O melodrama conversa muito com o público dos Estados Unidos. É um clássico também do cinema norte-americano", disse à Agência Brasil.

Pequena sinopse

O filme é baseado no livro A Vida Invisível de Eurídice Gusmão, de Martha Batalha, e conta a história de duas irmãs que vivem sob um rígido regime patriarcal, o que faz com que elas trilhem caminhos distintos. A estreia nos cinemas brasileiros está marcada para o dia 31 de outubro. Nesta terça-feira (17), ele será exibido em sessão gratuita na abertura Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte (CineBH), que chega à sua 13ª edição propondo uma reflexão [link 2 sobre o sucesso internacional dos filmes brasileiros.

Premiação na mostra "Um certo olhar"

Em maio, A Vida Invisível foi premiado na mostra 'Um certo olhar', que integra o prestigiado Festival de Cannes, na França. Para Rodrigo, essa conquista coloca o filme diretamente como elegível para disputar um Oscar. Além disso, a carreira sólida e reconhecida internacionalmente do diretor Karim, que está em seu sétimo longa-metragem, também contribui para a indicação.

Oscar 2020

A cerimônia do Oscar está agendada para o dia 9 de fevereiro. O anúncio dos filmes estrangeiros finalistas ao Oscar será no dia 13 de janeiro. A última vez que uma produção brasileira concorreu na categoria foi em 1999, com Central do Brasil, de Walter Salles. O filme contava com a participação da atriz Fernanda Montenegro, que concorreu ao Oscar de melhor atriz naquele ano.

Esse é outro diferencial que pode influenciar na escolha de A Vida Invisível, na visão de Rodrigo Teixeira. O elenco do filme também conta com a presença de Fernanda Montenegro. "A sua participação coloca um selo no nosso filme. É a maior atriz do cinema brasileiro, uma artista que é unanime e engrandece qualquer obra em que esteja presente".

A produtora RT Features, responsável pelo filme, vem desenvolvendo uma campanha em busca da indicação. Com o objetivo de figurar entre os cinco, uma equipe está em turnê pelos Estados Unidos, em viagens de apresentação e lobby. Está nos planos a promoção de sessões para os integrantes da Academia do Oscar em cidades onde estão o maior número de votantes. A campanha mira também o circuito de festivais norte-americanos.

"Posso afirmar que a RT Features está inserida no mercado americano, com diversos longa-metragens produzidos e premiados. Em 2018, fomos a única produtora com três filmes no Independent Spirit Awards. Nesse mesmo ano, trabalhei conjuntamente com os outros produtores na campanha do Oscar do Me Chame Pelo Seu Nome e pude acompanhar de perto esse processo. Essa experiência também é um ponto positivo. E, além disso, um dos pontos mais importantes de uma campanha para o Oscar é a distribuidora norte-americana. E a Amazon, que irá distribuir o filme nos Estados Unidos, tem olhado com muita atenção para essa premiação", disse Rodrigo.

A vida invisível vai concorrer como melhor filme internacional

A Vida Invisível, de Karim Aïnouz, vai representar o Brasil na corrida pelo Oscar de Melhor Filme Internacional, uma nova categoria da Academia, que substitui o antigo Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, inclusive com novas regras a partir de 2020. O longa-metragem desbancou Bacurau, dos pernambucanos Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, que também estava no páreo da indicação, além de outros 10 filmes.

A escolha foi decidida, na terça-feira (27/8), por uma comissão organizada pela Academia Brasileira de Cinema, presidida pela cineasta Anna Muylaert, de Que Horas Ela Volta? Além dela, oito nomes ligados ao audiovisual brasileiro fizeram parte do comitê, entre eles o diretor de fotografia e cineasta Walter Carvalho, as produtoras Vânia Catani e Sara Silveira, e o cineasta David Schurmann, de Pequeno Segredo.

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