Criado por um cangaceiro chamado Sete Orelhas, que o encontrou abandonado ainda bebê, Cabeleira cresce e se torna um temido matador de Pernambuco. Essa história, situada entre as décadas de 1910 e 1940, é narrada em O Matador, primeiro filme original Netflix produzido no Brasil que, além das locações no interior pernambucano, também foi gravado em São Paulo. O longa-metragem dirigido por Marcelo Galvão (de Colegas e A Despedida) é disponibilizado a partir de hoje em todos os territórios nos quais opera a plataforma de streaming.
O Matador estreou no Festival de Gramado deste ano, no qual foi premiado nas categorias Melhor Trilha Musical e Melhor Fotografia para os longa-metragens brasileiros. Esta semana, durante a pré-estreia em São Paulo, o diretor comentou: "O filme não é só de tiro, morte, mas também é uma história muito profunda da relação de um pai com um filho".
O ator português Diogo Morgado, que interpreta Cabeleira na fase adulta, falou sobre o personagem: "Esse matador cresce quase como um animal no meio do Sertão, puro instinto. Esta história é o processo de como um animal cresce como um matador feroz".
Cabela cresceu com Sete Orelhas em uma casa, sem convívio com outras pessoas. Quando adulto, ele vai para a cidade em busca de notícias sobre Sete Orelhas (Deto Montenegro), que é dado como desaparecido, e encontra uma região imersa na violência, submetida ao francês Monsieur Blanchard, que comanda a extração de pedras preciosas (não se trata de uma história "sobre" o cangaço). Mais pistas sobre o desenrolar da trama estão na sinopse do filme: "Sua jornada o fará descobrir que sua condição de matador pode ser um legado que não morrerá com ele".
Além de Diogo Morgado, O Matador conta com mais atores de outros países – a portuguesa Maria de Medeiros, o francês Etienne Chicot e o americano Will Roberts – ao lado de brasileiros como Igor Cotrim, Daniela Galli, Thaila Ayala, Paulo Gorgulho, Marais Descartes, Nill Marcondes e Maytê Piragibe.
Na mesma semana em que a Netflix disponibiliza o filme O Matador em sua plataforma, e anuncia a produção da série Coisa Mais Linda, o chefe de conteúdo da empresa, Ted Sarandos, participou de um encontro com produtores brasileiros para falar sobre os investimentos em narrativas locais. Entre os participantes estavam representantes da Los Bragas, Boutique Filmes, O2 Filmes, Prodigo Films, Combo Estúdio, Gullane Filmes, Conspiração Filmes, Zazen, Porta dos Fundos e Gatacine.
Também estiveram no encontro os profissionais à frente do filme O Matador e das próximas séries da plataforma, como a distopia 3%, que ganha uma segunda temporada com dez episódios em 2018. Fernanda Vasconcellos, Maria Flor, Cynthia Seneck, Bruno Fagundes e Silvio Guindane entraram no elenco e, na história, uma nova etapa do processo se aproxima.
No mesmo ano, será lançada a primeira temporada de O Mecanismo, criada por José Padilha e Elena Soarez. A produção estrelada por Selton Mello é livremente inspirada nas investigações de corrupção que estão ocorrendo no Brasil. O ator interpreta um delegado aposentado da Polícia Federal, que tem como discípula uma agente interpretada por Carol Abras. O elenco também inclui Enrique Diaz, Lee Taylor, Antonio Saboia, Jonathan Haagensen, Alessandra Colasanti, Leonardo Medeiros, Otto Jr. e Susana Ribeiro. As gravações dos oito episódios foram realizadas em em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Brasília.
A Netflix também prepara o sitcom Samantha!, criado por Felipe Braga. Emanuelle Araújo interpreta a personagem do título, que foi uma criança famosa nos anos 1980 e tenta voltar aos holofotes. O marido da personagem, Dodói, interpretado por Douglas Silva, é um ex-jogador de futebol que volta para casa após mais de uma década. Os estreantes Sabrina Nonato e Cauã Gonçalves interpretam os filhos do casal, Cindy e Brandon. A produção deve ter participações especiais também já começou a ser filmada e terá sete episódios.
Já as gravações de Coisa Mais Linda, criada por Heather Roth e Giuliano Cedroni, só devem começar no ano que vem. Na história, situada entre as décadas de 1950 e 1960, Maria Luiza se transforma ao viajar para o Rio de Janeiro e decidir abrir uma casa noturna de bossa nova no local onde o marido, Pedro, que desapareceu, planejava abrir um restaurante. A personagem é descrita, no início de sua trajetória, como "uma mulher conservadora e obediente que sempre dependeu de seu pai, Ademar, e de seu marido". A primeira temporada terá oito episódios de uma hora de duração.
"Além de ser ambientada em uma época vibrante na cultura brasileira, a série conta uma história mais ampla sobre a autodescoberta, a busca dos sonhos e a emancipação das mulheres, temas incrivelmente relevantes para o nosso público tanto no Brasil quanto no mundo", afirma o Vice-presidente de Conteúdo Original Internacional da Netflix, Erik Barmack.