'Black Mirror' retorna mais leve e pop, mas segue instigando reflexões

A capacidade de entreter e intrigar da série se mantém, mas falta aquele soco no estômago tão comum à antologia
JC Online
Publicado em 06/01/2018 às 15:41
A capacidade de entreter e intrigar da série se mantém, mas falta aquele soco no estômago tão comum à antologia. Foto: Foto: Divulgação/Netflix


O hype estava criado e as expectativas estavam altas para a chegada da quarta temporada de Black Mirror, série distópica produzida e distribuída pela Netflix que se destaca por fazer uma crítica acerca do comportamento humano diante do avanço desenfreado da tecnologia. A nova leva de episódios, disponível desde o último dia 29, entretanto, entrou no catálogo com um teor mais pop e mais leve que o usual, ainda que instigue reflexões e questionamentos em momentos pontuais.

A capacidade de entreter e intrigar da série se mantém equilibrada, contudo, a escassez de cenas desconfortáveis e angustiantes tão comuns à antologia nos levam a indagar: Isso é muito Black Mirror? Não consta nenhuma obra-prima como o episódio Urso Branco (2x02) ou um plot tão perturbador quanto o de Manda Quem Pode (3x03), um daqueles que leva o espectador a pausar a maratona para digerir o enredo antes de dar play outra vez.

Confira a crítica (com spoilers!) episódio a episódio:

4x01 - U.S.S. Callister

O episódio que abre a aguardada quarta temporada de Black Mirror começa com uma aventura espacial nos moldes setentistas, repleta de referências à Star Trek, inclusive com direito ao seu próprio Capitão Kirk, interpretado por Jesse Plemons (Fargo, Breaking Bad). Um verdadeiro deleite para os fãs de ficção científica. Mas, como todo bom roteiro de Black Mirror, uma reviravolta é adicionada à sua fórmula, que sempre procura envolver aspectos da condição humana em meio à tecnologia.

Quando o episódio volta a ter a aparência das produções contemporâneas, com grande resolução de imagem, Plemens volta à tela na pele do excluso Robert Daly. Com mais cores vibrantes e menos tons de cinza, somos introduzidos ao cotidiano de um nerd insatisfeito com o status que possui dentro de sua própria empresa, a high tech Callister, que leva o nome da Enterprise de sua série favorita, chamada "Space Fleet".

Desprezado e ridicularizado pelos seus funcionários e pelo seu próprio sócio (Jimmi Simpson), Robert se vinga de todos desenvolvendo um jogo virtual com a atmosfera nostálgica que ele tanto fetichiza. Lá, ele é o comandante infalível que manda e desmanda de forma cruel nos demais jogadores, clones das pessoas do seu ambiente de trabalho, onde, através de restos de comida e bebida, ele tem acesso ao material genético que transfere para seu computador fazer a assimilação.

Dirigido por Toby Haynes (Doctor Who, Sherlock) e escrito por Charlie Brooker (criador da série) e William Bridges (roteirista do episódio Manda Quem Pode), o episódio fala acima de tudo sobre sentimento de posse e abuso de poder. Afinal, Robert não queria ter relação alguma com seus companheiros de rotina, mas sim fazer deles marionetes para sua própria satisfação. A prova disso é a aparição da programadora Nanette (Cristin Milioti), que tenta se aproximar do novo chefe por admiração ao código que ele criou. Ela acaba se tornando nova presa para o jogo e peça-chave para o desfecho da trama que tem um dos poucos finais felizes de Black Mirror.

Em contraponto, o enredo traz também à tona questões como bullying e exclusão e o que esses sentimentos podem gerar na cabeça do ser humano. O que torna U.S.S. Callister um dos episódios mais reflexivos da temporada, ainda que falte o tempero da típica tensão da antologia. A compensação fica por conta do visual, um dos mais marcantes da série, assim como San Junipero (3x04), que possui uma vibe oitentista.

4x02 - Arkangel

Um dos melhores episódios da temporada. Dirigido por Jodie Foster, Arkangel retoma a essência de Black Mirror ao mostrar como a forma que utilizamos os recursos tecnológicos podem transformar nosso comportamento e influenciar nossos relacionamentos. No caso, negativamente.

Fazendo uma crítica ao controle parental, mecanismo utilizado pelos adultos para restringir o acesso de crianças a certos tipos de conteúdo incluídos ou veiculados nas mídias digitais, o episódio traz uma relação de mãe e filha que vai se tornando gradativamente mais doentia.

Tudo começa quando uma mãe solteira (Rosemarie DeWitt) acha que perdeu sua filha Sara (interpretada por Anya Hodge e Sarah Abbott na infância e por Brenna Harding na adolescência) num parquinho. Após o desaparecimento momentâneo, ela então decide implementar um chip na cabeça da menina, um apetrecho ainda em fase de testes desenvolvido pela empresa Arkangel, a qual nomeia o episódio.

O chip acompanha uma espécie de tablet, no qual a personagem de DeWitt tem acesso às condições e sintomas da filha, desde o controle da velocidade de seus batimentos cardíacos até sobre uma possível ingestão de drogas. Mas a história não para por aí. O gadget também permite que a mãe tenha acesso à localização da filha em tempo real (um recurso já possível através do GPS) e veja tudo o que os olhos da sua cria vê.

É aí que o bicho pega. Sabendo das coisas que despertam medo e ansiedade em Sara, a mãe, ultra protetora, opta por adicionar um filtro à sua visão que bloqueia situações de cunho violento ou sexual. E isso faz com que ela enxergue somente imagens pixelizadas a cada vez que dá de cara com algum conteúdo explícito.

Sendo assim, Sara cresce desconhecendo o perigo, e o erotismo. Evidentemente, passa a ser considerada uma freak pelos colegas da escola e isso desperta uma obscura curiosidade que a faz se automutilar para que, enfim, possa ter qualquer conhecimento sobre seus próprios limites.

Daí pra frente a coisa só piora. Sobretudo quando Sara se envolve com o namorado (Owen Teague), maior de idade e traficante de drogas. Sem conseguir desapegar do poder que tem de observar todos os passos da filha, a personagem de DeWitt meio que upa de level após algumas descobertas e passa também a intervir nas decisões de Sara. É um caminho sem volta. Uma obsessão que leva a um fim trágico, porém, ainda assim, previsível.

Arkangel faz uma crítica sobre a sociedade voyeurista (muito além da conotação sexual) em que vivemos e como os mecanismos de monitoramento podem ser prejudiciais para a nossa saúde mental.

4x03 - Crocodile

Os limites acerca da vigilância são novamente questionados em Crocodile, episódio dirigido por John Hillcoat, diretor conhecido por filmes que mesclam drama e ação a um quê de violência gráfica como em seu mais recente trabalho, Triplo 9. É por essa ambiência que percorre a narrativa de Crocodilo, que possui um plot mais sombrio e aterrorizante que os episódios anteriores.

Em Crocodile, a bem sucedida arquiteta Mia (Andrea Riseborough) vê seu passado comprometedor ser desenterrado depois de 15 anos, quando seu ex-namorado, Rob (Andrew Gower), reaparece e decide contar a verdade às autoridades sobre o corpo que os dois jogaram no mar. Somos introduzidos a essa sequência logo no começo do episódio, depois que Rob, bêbado, atropela um homem na estrada e coage Mia, que estava no banco do carona, a dar um sumiço no cadáver junto com ele.

Visivelmente atormentado por não ter assumido a culpa do acidente, Rob procura a ex-namorada, agora uma mulher casada e de posses e status na sociedade. Tendo muito a perder com a exposição de toda essa história da qual foi cúmplice, Mia não aceita a decisão de Rob e começa a perder a noção de “certo e errado”, se é que ela existe de fato. A discussão entre eles acaba em outra tragédia, dessa vez com Mia carregando o corpo do ex pelo hotel que tinham reservado para se encontrar.

Em paralelo, Shazi (Kiran Sonia Sawar), funcionária de uma empresa de seguro de vida, investiga um pequeno acidente até então sem nenhuma conexão com o caso de Mia/Rob. Só que ela não é uma inspetora qualquer. Para ter plena certeza do que causou a fatalidade que vitimou seu cliente, ela tem permissão legal para acessar a memória recente de todas as testemunhas oculares e registrá-la num aparelho que capta as imagens dessas lembranças, a partir de estímulos sensoriais.

Com o objetivo de chegar na resolução do caso, a funcionária garante o sigilo total dos momentos compartilhados que não interessam à empresa. Mesmo assim, a situação não deixa de ser constrangedora. Sobretudo para aqueles que tem algum segredo a velar. Como é o caso de um dentista que, minutos antes de testemunhar o acidente, flagra um homem nu pela janela e o fotografa.

Inclusive, é assim que os caminhos de Shazi e Mia se cruzam. A inspetora identifica Mia através das lembranças do dentista, que havia visto o semblante da arquiteta na janela de um hotel. Ela também testemunha o fatídico acidente.

Seria essa uma mera causalidade ou uma peça do destino?

Encurralada, Mia tenta enganar a própria mente para encobrir seus rastros. Mas seus esforços vão por água abaixo e Shazi descobre que está lidando com uma assassina assim que acessa suas lembranças. Se Mia foi capaz de matar alguém com quem já se relacionou só para preservar sua imagem, o que não faria a uma estranha?

O que não dava para prever é que ela mataria toda a família da mulher, inclusive o seu filho bebê. É nos segundos que antecedem esse crime que ficamos com aquela pulga atrás da orelha, na expectativa para que ela tenha o mínimo senso de humanidade.

Mia mata o bebê porque ele testemunhou sua presença na cena do crime, no qual ela mata o marido de Shazi. No fim das contas, essa barbárie não faria a menor diferença para a investigação pelo simples motivo de que o bebê era cego. O que ela não sabia é que havia um hamster no local e ele entregaria o que tinha acontecido. Desfecho que acaba colocando o episódio em xeque. Poderia o animal ter interpretado tudo o que presenciou? E poderia ter sido estimulado para mostrar exatamente o que a polícia estava procurando? Fica aí o questionamento.

Todavia, é impressionante ver como um ser humano pode ir ao extremo em questão de minutos quando algo ameaça a sua reputação. Ainda mais quando esse indivíduo faz parte da elite ou exerce algum tipo de influência. E isso diz muito sobre a sociedade individualista, narcisista e egoísta na qual estamos inseridos. Questões éticas e morais circundam o episódio como um todo, mas o ponto central está logo no título. Crocodile é antes de tudo uma história sobre instinto de sobrevivência e autopreservação.

4x04 - Hang the DJ

Tendo em vista o sucesso do episódio San Junipero (3x04), que divide opiniões entre os fãs, o criador da série, Charlie Brooker, resolveu escrever outra vez sobre um romance que acontece dentro de uma realidade simulada. Versão Black Mirror de uma comédia romântica, Hang the DJ é mais um dos poucos episódios com um final feliz da antologia, ainda mais leve e alegre que o que abre esta temporada, porém bem menos tocante que o premiado pela crítica San Junipero.

Em Hang the DJ, somos introduzidos a um sistema que foi desenvolvido com o objetivo de encontrar o “par ideal” dos seus usuários. Nada de novo até então, tendo em vista que aplicativos como o Tinder e o Grindr trabalham com um cardápio de pessoas que são selecionadas para um possível “match” a partir de algoritmos de compatibilidade.

A diferença é que os usuários do sistema, depois que têm seu “date” escolhido, podem saber o tempo exato que a relação vai durar. E mesmo que queiram dar um ponto final no romance antes do prazo determinado, são obrigados a permanecer, sob a justificativa de que precisam conhecer o ruim até estarem “preparados” para o “perfeito”, por assim dizer. O que os faz viver esperando pelo resto de suas vidas.

E assim vemos os protagonistas Amy (Georgina Campbell) e Frank (Joe Cole) passarem por relacionamentos desgastantes, desinteressantes e até mesmo desprezíveis, sempre na expectativa pelo “final feliz”, enquanto tudo o que queriam era estar um ao lado do outro. Eles foram unidos pelo sistema e de cara se gostaram e se deram bem. Só que o gadget que cada um deles carregava já anunciava que a validade da relação iria expirar em menos de um dia, para a surpresa dos dois, que seguem o baile.

Após tantas frustrações, Amy decide encontrar Frank e burlar o sistema para viver sua vida ao lado dele. Para isso, eles precisavam fugir da “prisão” em que se encontravam, pois todos os usuários do sistema vivem numa espécie de redoma “pró-alma-gêmea”.  

O episódio traz justamente essa reflexão sobre o que verdadeiramente importa na vida: amar e ser amado. Sem medo de rótulos, regras ou restrições. E quando o casal decide escalar o muro do local para escapar das imposições que receberam, descobrimos que estávamos assistindo a uma simulação. A última das mil realizadas pelo sistema, contra o qual eles se rebelaram 998 vezes. E o plot twist é que isso, na vida real, garante a eficácia de 99.8% do “match” entre eles.

Apesar de entreter mais que intrigar, Hang the DJ faz uma perfeita analogia sobre esses tempos de intolerância e nacionalismo excludente em que vivemos. É preciso quebrar as barreiras e passar por cima dos muros para que o amor prevaleça. Não é à toa que o fim do episódio conta com a bela voz de Morrissey, na canção Panic, dos Smiths, na qual ele faz um convite um tanto quanto rebelde para que a “discoteca seja queimada” e o “DJ seja enforcado porque as músicas que tocam constantemente não dizem nada sobre a sua vida”, em livre tradução.

4x05 - Metalhead

Metalhead é um episódio esquecível. O mais fraco de toda a temporada e um dos piores já produzidos para a série, apesar de ser esteticamente bonito. Talvez tenham colocado o episódio inteiramente em preto e branco para ver se alguma coisa se salvava dali. O que foi uma boa escolha, tendo em vista que o jogo de luz e sombras faz o espectador focar na tensão e de quebra dá uma sensação nostálgica sobre algo que nunca vivemos ou viveremos, além de deixar tudo mais poético.

Com poucos diálogos e técnicas de captura e edição que lembram os filmes de suspense dos anos 1950, Metalhead não passa de uma perseguição frenética entre o homem e a máquina. No caso, entre uma mulher chamada Bella (Maxine Peake) e um “cão”, como é chamado o resistente, ágil e sedento por sangue robô quadrúpede que lembra a figura dos caninos.

O episódio se passa numa espécie de cenário pós-apocalíptico à la The Walking Dead. Só que no caso os “zumbis” são feitos de metal e representam uma ameaça muito maior, pois eles conseguem pensar em soluções rápidas para a caça, a exemplo do momento em que o cão perde a “pata” e substitui o membro por um facão.

A perseguição tem início depois que Bella e outros dois homens decidem adentrar numa zona de perigo para recuperar um pacote que parece ser vital para mudar o rumo de toda aquela situação. A mulher é a única que sobrevive. Pelo menos por mais de 24 horas naquele recinto. Há diversos momentos de tensão ao longo da trama, mas nada que faça o espectador embarcar na história.

Se distanciando da fórmula da antologia, Metalhead não instiga reflexões, nem levanta questionamentos, pois a história não se desenvolve. Por que esses cães perseguem os seres humanos? Eles foram criados como máquinas mortíferas desde o princípio ou se rebelaram depois? Não sabemos. O único grande questionamento aqui é se o episódio era realmente era necessário para o conjunto da obra. O conteúdo do pacote, revelado nos momentos finais, poderia ter mudado toda a percepção acerca do episódio, mas, sinceramente, decepciona.

4x06 - Black Museum

Nenhum outro episódio da temporada é tão impactante quanto Black Museum. Mas não adianta assisti-lo primeiro porque ele é uma espécie de agregador de todos os episódios da antologia, fazendo inúmeras referências às histórias anteriores, o que indica que tudo está conectado. Black Museum é nada mais nada menos que um museu de Black Mirror, onde estão expostos os mais bizarros artefatos tecnológicos que um dia levaram os seres humanos a apresentarem um comportamento desprezível e a agirem de maneira sádica.

O anfitrião do museu é um homem excêntrico chamado Rolo Haynes (Douglas Hodge), que um dia trabalhou no Hospital St. Juniper - claramente o motivo pelo qual o episódio San Junipero (3x04) foi intitulado assim. O museu fica no meio de uma estrada desértica e parece não receber visitantes há muito tempo até que a até então ingênua e turista “britânica” Nish (Letitia Wright) adentra no estabelecimento.

Rolo, então, começa a mostrar esses artefatos para Nish, contando as histórias por trás deles como se fosse o próprio narrador de Contos da Cripta, com tiradas sarcásticas e emblemáticas, sempre ditas no tom mais horripilante possível. Inspirado na estética do referido seriado de terror, o episódio divide essas histórias em três pequenos contos, todos passados no Hospital St. Juniper em algum momento.

O primeiro conta a história de um médico que recebe um implante na cabeça, com o qual consegue sentir as sensações dos pacientes sem que elas interfiram no seu físico. Um dia, enquanto tentava salvar a vida de um homem importante, acaba tendo uma experiência de morte, mesmo estando vivo. As consequências dessa “passagem” são graves e o médico passa a sentir prazer na dor, o que o leva ao sadomasoquismo e, pouco a pouco, à insanidade. Os fracos do estômago podem ficar bem incomodados nesse trecho sanguinário que renderia um episódio inteiro.

O conto subsequente, por sua vez, traz assuntos recorrentes e atuais como eutanásia e privacidade. Aqui temos uma família feliz de mãe, pai e filho até que a mãe morre em um acidente. Mais uma vez, Rolo aparece com uma solução estrambólica para o drama e acaba piorando a situação. O pai acaba se tornando o hospedeiro da consciência da sua mulher e passa a ter que conviver com duas “cabeças” pensantes. Tudo isso para que ela consiga ver o filho crescer. Depois de um tempo o homem arruma uma nova namorada e acaba hospedando a ex dentro de um macaquinho de pelúcia que só pode se expressar por meio de duas frases prontas. Bichinho que é uma das atrações do museu.

O último e mais intrigante conto traz um plot twist sensacional. A história fala sobre um homem negro que supostamente assassinou uma jornalista e acaba recebendo a cadeira elétrica como pena de morte. Não satisfeito após ter aprisionado uma consciência num bicho de pelúcia, Rolo transfere a mente do homem condenado para uma espécie de holograma e o aprisiona em seu museu, onde ele poderia ser torturado para sempre pelos sádicos visitantes, sobretudo pelos supremacistas brancos e falsos moralistas. O que ele não sabia era que Nish era filha desse homem e que na verdade ela estava ali para se vingar e dar um fim ao seu freak show. Inclusive, carregando sua mãe na consciência para que ela também pudesse se satisfazer com aquele momento.

Black Museum dá alento a uma temporada que não atendeu às expectativas de muita gente. É um episódio que não cansa em nenhum dos seus cem minutos de duração e mostra como as pessoas podem ser hipócritas e cruéis quando se acham no direito de julgar o outro, assim como ocorre no genial Urso Branco (2x02).

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Netflix Black Mirror crítica episódio a episódio quarta temporada
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