Termina nesta quarta-feira (31), às 11h45 da manhã, no canal fechado Viva, a reprise da novela Estrela Guia, exibida originalmente na TV Globo em 2001. Com apenas 83 capítulos, a trama das seis escrita por Ana Maria Moretzsohn e protagonizada pela cantora Sandy fechou com média final de 30,94 pontos de audiência ao longo das 14 semanas em que esteve no ar na época.
O Jornal do Commercio conseguiu conversar com a autora da novela e a sua filha, Patrícia Moretzsohn, uma das quatro colaboradoras do folhetim, para falar sobre a nova exibição que termina hoje. Sobre a origem da novela, Ana Maria contou que Estrela Guia nasceu quase que sob medida para Sandy, que interpretou a jovem hippie Cristal.
“Na verdade eu vi que Sandy estava num momento bom da carreira e pensei que tê-la numa novela desse certo. Ninguém acreditou que ela topasse. Mas topou”, contou Ana Maria. “Nessa época os artistas pop já transitavam bastante entre os diversos meios, a Sandy e o Junior já tinham seu programa semanal, e achamos que eles poderiam emprestar esse protagonismo para a novela”, completou Patrícia.
A curta duração da história da hippie que se apaixona pelo padrinho e corretor workaholic Tony (Guilherme Fontes) sempre foi motivo de curiosidade do público. “Estrela Guia foi feita pra ser curta porque os shows da dupla e os inúmeros compromissos impediam alguma coisa mais longa que os envolvesse”, explicou Ana Maria.
Ao ambientar a história de uma comunidade hippie no interior de Goiás em pleno século XXI, as autoras se sentiram contagiadas pela atmosfera de “paz e harmonia” do enredo. “O misticismo não era nosso, mas sempre respeitamos as diversas maneiras de pensar e nos contagiamos com o clima”, relatou Patrícia. “A gente visitava os hippies de Pirenópolis, e eu comecei a comprar cristais e jogar tarô!”, contou Ana Maria aos risos.
E se Estrela Guia fosse escrita em 2019, seria viável? Valeria um remake? “Não temos uma cantora de sucesso e jovem como a Sandy, com as características que fizeram a novela ser atraente”, respondeu Ana Maria. Em contrapartida, Patrícia enxergou uma possibilidade. “Acho que a história era bem universal, caberia no contexto atual, mas ganharia uma roupagem diferente, um diálogo com a sociedade de hoje, que claro, já é bem diferente da sociedade daquela época. Com todos os avanços tecnológicos e temas mais atuais, seria interessante”, pondera.
Dezoito anos de sua primeira exibição na TV, a verdade é que Estrela Guia deixou saudades em suas criadoras. “Nessa trama eu aprendi que a gente não deve desistir de encarar um desafio. Todo mundo dizia que era impossível fazer uma novela com uma cantora que estava no auge, fazendo milhares de shows... Insistimos e conseguimos”, celebra Ana Maria. “Pra mim também foi uma boa experiência fazer uma novela mais pop (além de ter sido a primeira novela em que colaborei, depois de Malhação), estilo que gosto e sigo trabalhando bastante”, concluiu Patrícia Moretzsohn.