Convidada para assumir a Secretaria Especial da Cultura pelo presidente Jair Bolsonaro, a atriz Regina Duarte teve as contas de uma peça de teatro reprovada pelo governo federal, em 2018, e ficou obrigada devolver aos cofres públicos R$ 319 mil, quase o valor total que conseguiu obter junto à iniciativa privada, em troca de renúncia fiscal.
Por meio do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), ela foi autorizada a captar R$ 408.540 e obteve de fato R$ 321 mil dos quais R$ 319.614,75 deveriam ser restituídos ao Fundo Nacional da Cultura. A portaria com a decisão foi publicada em março de 2018 no Diário Oficial da União, assinada pelo então secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, José Paulo Soares Martins, do extinto Ministério da Cultura, no governo Michel Temer.
O projeto intitulado Coração Bazar consistia na montagem e apresentação de um espetáculo, de autoria de Lenita de Sá, com adaptação dramatúrgica de Lauro César Muniz. Ele ficou em cartaz na cidade de São Paulo.
De acordo com André Duarte, filho de Regina e diretor da empresa, a exigência de devolução do valor ocorreu porque não foram entregues ao Ministério da Cultura os comprovantes de que os ingressos eram gratuitos. Um recurso para mudar a decisão foi apresentado pela firma.
A atriz Regina Duarte, conhecida por suas posições de direita, foi convidada pelo governo federal para assumir a Secretaria Nacional de Cultura no lugar de Roberto Alvim, exonerado no dia 17 de janeiro, após gravar um vídeo com discurso quase idêntico ao do ideólogo nazista Joseph Goebbels.
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Regina já havia sido chamada anteriormente para o posto pelo presidente Jair Bolsonaro, mas recusou. A atriz, segundo a Folha de S.Paulo, vem sendo cortejada por membros do entorno do presidente desde o anúncio da exoneração de Alvim. Ela teria dito a interlocutores que ficou animada com o convite.
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