O lado contista de Marco Polo

Mais conhecido por sua trajetória como poeta, o autor apresenta suas histórias em prosa
Diogo Guedes
Publicado em 11/06/2013 às 5:48
Mais conhecido por sua trajetória como poeta, o autor apresenta suas histórias em prosa Foto: Ricardo Labastier/JC Imagem


Quando jovem, em 1968, Marco Polo Guimarães fez um curta-metragem com sua câmera Super-8: a gravação trazia um take de uma janela, detalhes do corpo da namorada nua, uma mendiga se alimentando, pedaços de um quintal e, por fim, novamente mostrava uma janela. O vídeo é da época em que o poeta, editor, músico e jornalista pernambucano ainda sonhava em ser cineasta – chegou até a falar com o diretor Luiz Carlos Barreto para pedir um emprego. Só que, com o filme pronto, durante uma de suas viagens em que saía pegando carona, teve a bolsa furtada em um posto de gasolina. Nunca mais viu a fita.

A forma de reaver o curta foi transformá-lo em literatura, mais especificamente no conto Sem título, parte do livro Autópsia do bípede. O volume, primeira incursão do autor no gênero, é lançado pela editora carioca Confraria do Vento em um evento coletivo que acontece nesta terça (11/6), a partir das 19h, no Centro Cultural do Correios.

No livro, Marco Polo escolhe trabalhar os contos a partir de uma perspectiva clara e simples: criar textos que narrem, de fato, histórias. “Gosto do experimentalismo, mas também aprecio ler obras com enredo, tenho uma necessidade de narrativas”, aponta o autor. Essa é, para ele, a sua estreia na prosa, ainda que tenha lançado uma plaquete com 18 contos em 1993.

Já no prólogo do novo livro, Marco Polo dá suas pistas. Citando Dante, avisa: “deixai de lado todo senso de unidade”. Ao mesmo tempo, sustenta a obra a partir da recorrência de temas e de personagens, como se alguns os rastros de imagens, temas e cenas se espalhassem pelas demais narrativas.

Na primeira parte, os contos trazem um mesmo protagonista, Adriano, segundo o próprio autor, espécie de alter-ego dele. Ali, ele alerta, estão os momentos mais ingênuos e líricos da obra. Depois, surgem histórias mais duras e mais irônicas, que vão desde roteiros de curta-metragem a cenas narrativas singulares e microcontos.

OUTROS LIVROS
Além de Autópsia do bípede, o lançamento desta terça, promovido pela Confraria do Vento, traz para a cidade outras três obras do catálogo da editora. Fazem parte da noite de autógrafos As órbitas dos planetas, texto inédito no Brasil que o alemão Hegel escreveu em 1801, Pacífico Sul ou teoria geral da referência, de Hilan Besusan, e Livro da semeadura, de Márcia Meira Basto.

Leia mais no Jornal do Commercio desta terça (11/6).

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