A escritora, jornalista e integrante da resistência francesa Edmonde Charles-Roux faleceu na quarta-feira (20/1) em Marselha aos 95 anos, anunciou nesta quinta-feira (21/1) a Academia Goncourt, da qual ela foi presidente.
Charles-Roux, que desde dezembro estava com a saúde em situação delicada, morreu em uma clínica, informou Marie Dabadie, porta-voz da Academia Goncourt, que concede a cada ano o prêmio literário de mesmo nome.
A escritora era viúva de Gaston Defferre, um personagem muito conhecido em Marselha e que foi prefeito da cidade durante vários anos.
Durante a ocupação alemã, Charles-Roux entrou para a resistência sob as ordens do general Lattre de Tassigny, quando as tropas francesas desembarcaram em Provence.
Depois da guerra começou a trabalhar na revista feminina Elle. Em 1950 se tornou a chefe de redação da Vogue, mas foi demitida em 1966 por publicar na capa a foto de uma modelo negra.
Em 1955 participou na elaboração de uma série de romances históricos de muito sucesso, Les Rois maudits (Os reis malditos), sob a direção de Maurice Druon.
Em 1966 recebeu o prêmio Goncourt por seu primeiro romance, Oublier Palerme, e em 1983 se tornou presidente da Academia Goncourt, cargo em que permaneceu até 2014, quando foi substituída por Bernard Pivot.
No dia 7 de janeiro, decidiu abandonar a Academia por razões de saúde e cedeu seu posto ao escritor, dramaturgo e diretor de teatro Eric-Emmanuel Schmitt.
Suas obras, entre outras Elle, Adrienne (1971), L'Irrégulière (1974, uma biografia de Coco Chanel), Une enfance sicilienne (1981), Un désir d'Orient (1989) ou Nomade j'étais (1995), foram traduzidas para 20 idiomas. Também escreveu roteiros e adaptações para os balés de Roland Petit.