Marvel e ESPN montam time e lançam quadrinhos sobre a Copa do Mundo

Quem disse que futebol e quadrinhos não se misturam? Pode até parecer inusitado, mas a Marvel Comics e a ESPN se juntaram para produzir uma história que traça um panorama das seleções classificadas para a Copa do Mundo Fifa 2018. E, claro, dos jogadores escalados. Aqueles que, em nome das suas respectivas pátrias, dão o melhor de si, a nível coletivo, com muita garra, suor e determinação. Com uma narrativa curta e fluida, dividida em 13 capítulos com três a cinco quadros, a HQ pode ser lida em dois tempos. Ou melhor, nos próprios intervalos dos jogos. Trocadilhos à parte, por seu viés informativo, o quadrinho, disponível na íntegra no site da ESPN, provém um ótimo acréscimo ao torcedor.

Roteirizada pelo argentino Fabian Nicieza (X-Men, X-Force, Deadpool), a HQ foca nas estrelas como Cristiano Ronaldo, Messi e Neymar Jr. (que hoje está em campo decidindo o futuro do Brasil na Copa da Rússia contra a Sérvia, em Moscou às 15h), grandes candidatos a heróis de um dos maiores eventos esportivos do mundo. Mostrando os anseios, expectativas, conquistas e até mesmo as frustrações dos “chuteiras de ouro” a partir de um apanhado histórico e estatístico, como resultados de campeonatos passados, a HQ, a partir dessas análises, levanta o questionamento: “quais lendas serão forjadas neste ano?”. Não é à toa que leva o título de Marvel e os Spoilers da Copa do Mundo.

Pensado para mobile, os capítulos se apresentam em um formato bem bolado que remete às tiras verticais (e retangulares) publicadas na internet, com rolagem para baixo para inserir o usuário na trama. É como se fosse uma grande tira seriada, mas com episódios disponíveis de uma vez para “maratonar”. Feita a lápis por Diego Bernard, o quadrinho conta com as cores de Andrew Crossley, a arte final de J.P. Mayer e o letreiramento de VC’s Joe Sabino.

Não é de hoje que HQs e futebol dialogam entre si, ainda que o público consumidor nem sempre seja o mesmo. O visionário Mauricio de Sousa, por exemplo, se baseou na infância do astro Pelé para criar o personagem Pelezinho, que contou com uma revista própria entre 1977 e 1982, publicada pela editora Abril. Ontem, foi lançada pela editora Record a novela gráfica O Outro Lado de Bola, de Alvaro Campos, Alê Braga e Jean Diaz. Uma história urgente que discute a homofobia e a hipocrisia no futebol. Então, sim, as duas expressões são associáveis, sobretudo por serem capazes de fazer o espectador/leitor “transpirar de emoção” em cada “passe” de página.